segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Situação da mulher parte I

O debate envolvendo uma propaganda de lingerie estrelada pela modelo Gisele Bündchen no momento em que três mulheres acabam de ganhar o prêmio Nobel da paz e que existem no mundo diversas chefes de estado e milhares de parlamentares pelo mundo afora, o papel da mulher em diversos setores da sociedade inclusive se existe ainda nos dias de hoje a mulher tratada como “objeto sexual” se acirrou bastante. Algumas especialistas inclusive criticam a existência de uma secretaria voltada para Políticas da Mulher, pois segundo algumas elas não precisam que defendam seus direitos por já conhecerem. A questão é que o mundo não é composto apenas de regiões onde os avanços foram atingidos assim como o Brasil não é composta apenas pelas regiões sudeste e sul ou das grandes cidades, muito pelo contrario, países da África ou de outras continentes e no Brasil as regiões aonde direitos e informações chegam conforme os mandantes muitas situações ainda sem precárias e difíceis de acreditar que ocorram. É fato que o jogo da sedução existe e não é de hoje, inclusive fatos históricos mostram isso, acontece que o machismo e o desejo de ter uma mulher como propriedade não terminou e ainda deverá levar um bom tempo pra ser eliminado da sociedade. O tráfico de pessoas para fins sexuais existe como uma demonstração desse pensamento, o turismo sexual que através de empresas de fachadas de empreendimentos que apenas servem como local de abordagem de meninas, jovens e mulheres para esse tipo de crime é também uma prova da existência do pensamento da “mulher objeto sexual”. Tratar como doentes pedófilos homens que sentem prazer de fazerem sexo com crianças é minimizar um crime grave que ocorre nas rodovias espalhadas pelo Brasil e no mundo, assim como em estabelecimentos espalhados por milhões de cidades no mundo inteiro. As ocorrências realizadas em delegacias especiais que tratam de mulheres e crianças e adolescentes estão cheias de denuncias onde as violências acontecidas tinham como “justificativas” os direitos de marido/companheiro de poderem fazer sexo no momento que tivesse vontade, e as filhas como lhe pertencem podem fazer o que quiser sem que alguém possa interferir. Os leilões que ocorrem de virgens nos mais comércios legais disfarçados de clubes, saunas, salas de massagens, boates ou bares, patrocinados por agencias de turismo são fatos que demonstram de forma clara a existência de um comercio onde os seus “clientes” são pessoas que apenas procuram momentos de diversão e de “poderem se deliciar com carne nova” segundo um depoimento do agressor de uma menina de 12 anos no Estreito, cidade do Maranhão as margens do Rio Tocantins onde está sendo construída uma hidrelétrica. É fato que os avanços vem ocorrendo principalmente desde 2003 com a política de enfrentamento à exploração sexual de crianças e adolescentes no Brasil, no mundo diversos tratados são criados e debatidos pelas nações do mundo inteiro, mais ainda é muito pouco por tudo que presenciamos pelos noticiários da imprensa principalmente se levarmos em conta que muito dos casos não chegam na policia seja porque famílias estejam envolvidas ou pelos “homens de bem” que utilizam deste “prazer”. Existem juízes, empresários, políticos, policias, militantes de movimentos sócias e cidadãos comuns que se encontram na lista dos exploradores de mulheres, crianças e adolescentes. Da mesma forma que mães agenciam suas filhas, esposas justificam as atitudes de seus maridos como sendo “coisa de homem” e porque existem essas mulheres para fazerem o que as mulheres direitas que são as esposas não podem e nem devem fazer. Muitos me perguntam se ainda existem mulheres que pensam dessa forma, digo que sim e como diriam no interior “aos montes”. Deve sim existir os setores de defesas de mulheres, crianças e adolescentes que são exploradas das mias diversas formas, o trabalho escravo ainda é presente na vida do brasileiro e em muitos casos patrocinados por grandes empresas e políticos importantes e influentes e que por isso mesmo conseguem se proteger da justiça até porque alguns juízes fazem parte desses homes de “bem”. Dando continuidade ao trabalho iniciado com um livro sobre a situação da população infanto-juvenil que se encontra em revisão para ser publicado, venho organizando as dezenas de entrevistadas já realizadas com jovens e mulheres que confiaram suas histórias para que possam servir de testemunho do que ainda ocorre nos cinco cantos do Brasil, algumas conseguiram se liberdade de seus algozes quem sabe outras também não venham conseguir. Mais apenas em mostrar essas histórias e acabar com a história de que somos uma sociedade moderna e muita coisa já virou passado já me sinto cumprindo com uma parte da missão que devemos ter.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Conhecimento

Cultura é formada de conceitos, símbolos, valores e atitudes que modelam uma sociedade. Abrange o que pensamos, fazemos e temos como membros de um grupo social (Gilberto Cotrim) Nós pedimos com insistência: Não digam nunca: isso é natural! Diante dos acontecimentos de cada dia. Numa época em que reina a confusão. Em que corre sangue, Em que se ordena a desordem, Em que o arbitrário tem a força da lei, Em que a humanidade se desumaniza. Não digam nunca: isso é natural! Bertold Brecht (1898-1956) Segundo os filósofos, para que exista conhecimento, sempre será necessária a relação entre dois elementos básicos: um sujeito conhecedor (nossa consciência, nossa mente) e um objeto conhecido (a realidade, o mundo, os inúmeros fenômenos). Só haverá conhecimento se o sujeito conseguir aprender o objeto, isto é, conseguir representá-lo mentalmente. A verdade é que o conhecimento não é tão simples quanto parece. Varias perguntas devem ser realizadas de forma correta para que a solução também possa ser encontrada. Definir a capacidade de conhecimento de cada indivíduo, portanto não é uma tarefa tão simples quanto poderia parecer em um primeiro momento, isso porque o homem é contraditório, ambíguo, instável e dinâmico. Ele é um produto do meio em que vive, seja da natureza ou da cultura sendo ao mesmo tempo alguém capaz de alterar tanto a natureza quanto a cultura. Consciência e conhecimento nem sempre se deve ao nível intelectual do individuo, pois ao se relacionar com outros e com as diversas realidades ele pode por sua capacidade adquirir conhecimento, o que muitos chamam “fui formado na faculdade da vida”. Estamos vivendo na atualidade a era da tecnologia, com acesso a certos instrumentos que modelam a formação e em parte a consciência do ser humano o que não significa possuir capacidade de definir a opção correta, um exemplo esta no processo de escolha nos momentos eleitorais, onde a escolha de um candidato é movida por diversos fatores onde nem sempre a melhor proposta ou o melhor candidato se elege. A amizade, o grau de parentesco, um favor recebido, a influência de um amigo e o simples ato de insatisfação acaba interferindo no momento da escolha de uma candidatura. Onde fica nesse caso o conhecimento, e que avaliação se faz desse processo. Fazemos parte de uma sociedade e nossa maneira de ser e de viver esta condicionada pela estrutura da sociedade em que vivemos como já observamos anteriormente e faz o argumento de que aos 16 ou 18 anos os jovens sabem definir o que é certo ou errado, mais essa é uma polêmica que não termina aqui.

Gravidez precoce

Segundo o IBGE, na década de 1991 a 2000, o número de meninas de 10 a 14 anos que foram mães pela primeira vez no Brasil cresceu 93,7%. A gravidez precoce chega a ser alarmante em algumas regiões no Brasil. Do total das mulheres grávidas 19,3% tinham entre 15 e 19 anos de idade, no Pará e Maranhão esse número chegou a 25% o fato preocupante esta no fato que essas mães se encontram na fase de estarem estudando ou em alguns casos de começarem uma vida profissional. Outro problema é que uma parcela dessas jovens não estava estruturada para poder formar uma família enquanto outra parcela já havia se casado. Em 2002 dados do Ministério da Saúde mostrava que foram realizados cerca de 1.700 partos por dia em meninas de 10 e 19 anos, no ano seguinte, essa tendência permaneceu de janeiro a abril foram notificados 200.946 partos juvenis. Isso significa que o parto é o principal motivo de internação das jovens de 10 a 19 anos no Brasil. Os dados referentes ao ano de 2007 da pesquisa sobre Registro Civil do IBGE mostram que 0,8% dos nascimentos registrados no Brasil, as mães tem menos de 14 anos. As mães com idades entre 15 e 19 anos representavam 19,3% dos nascimentos registrados. Outro dado importante é a proporção das adolescentes de 15 a 17 anos de idade com filhos era de 6,3%, mantendo-se na mesma proporção de 1997. As regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste tinham as taxas mais elevadas e o Sul e Sudeste as mais baixas. Essa é uma triste realidade que se mantém já algum tempo e que a solução esta muito distante de ser resolvida, em primeiro lugar ela não pode ser tratada apenas como problema de saúde ou ainda relacionar a um problema de segurança, já que muitos defendem que a violência é fruto da quantidade de pobres existentes, em ambos os casos o “planejamento familiar” é considerado a solução do problema. Outro ponto considerado seria o trabalho de informação para os jovens como meio de se evitar a gravidez precoce e em muitos casos indesejada, esclarecimento ainda sobre as doenças sexualmente transmissíveis (dsts) com campanhas de incentivo da utilização de preservativos. Em 1998, o Sistema Único de Saúde fez quase 700 mil partos em adolescentes na faixa etária entre 10 e 19 anos. Desses, 32 mil pacientes era meninas entre 10 e 14 anos, o que significa um aumento de 31% dessas intervenções hospitalares do SUS em relação aos cinco anos anteriores. Em 2006, por exemplo, segundo o IBGE, 20% dos bebes nascidos ao longo do ano eram filhos de jovens com menos de 20 anos. De acordo com o Ministério da Saúde, pra cada cem mulheres que dão a luz no Brasil, vinte oito são menores de idade. Se levarmos em conta a década de 1991 a 2000 segundo o IBGE, o número de mães pela primeira vez no Brasil com a idade de 10 a 14 anos cresceu 93,7%. As causas desse crescimento da gravidez precoce estão no despertar cada vez mais cedo da sexualidade e do conceito da liberação dos costumes. Este foi um momento delicado do trabalho, principalmente com as adolescentes, era um momento de expor uma intimidade que nem todos estão preparados principalmente as jovens. Mesmo assim a pesquisa, a conversa e logo após a realização da palestra foi um momento rico onde a participação dos jovens foi importante. A maioria das jovens se declarou virgens e consideram importante essa posição. Ainda assim o número de adolescentes do sexo feminino que já tiveram relação sexual cada vez mais cedo é significativo. Também é preocupante o número de adolescentes que já são mãe, e mais ainda o número daquelas que largam os estudos devido à gravidez, seja por vergonha, por não conseguir conciliar os problemas gerados pela gravidez, em alguns casos, considerada de risco. As meninas começam a vida sexual mais cedo do que os meninos, aliás, uma tendência que vem crescendo algum tempo. Das 160 meninas entrevistadas 30 tiveram sua primeira relação sexual antes dos 15 anos, dessas, quatro eram mães, 10 tiveram sua primeira relação com 15 anos de idade. Durante o período das entrevistas 25 jovens eram mães e 15 estavam grávidas. Oito haviam abandonado a escola. Esse quadro inicialmente poderia passar uma imagem de que os jovens não se previnem no momento de sua relação sexual o que não é verdade, todos que declararam ter ou já ter tido uma relação sexual utilizaram métodos contraceptivos. O mais utilizado é a camisinha, no caso das meninas a pílula e até injeção foram citados, mas um fato que mostra a cabeça das jovens nos dias de hoje está na utilização da camisinha, mesmo assim observamos que o número de adolescentes grávidas ainda continua acima da média. Em alguns casos os jovens tiveram uma união estável ou casada, outros declaram ter havido uma união informal, se encontravam às vezes. Cinco jovens tentaram realizar o aborto, fosse tomando remédio adquirido em farmácias ou por intermédio de ervas. Atitude devido à reação das famílias ao tomarem conhecimento da gravidez.

O jovem e a religião

O jovem e a religião Apesar de a maioria freqüentar uma igreja não importando a denominação é preocupante o desencanto que um número de jovens principalmente o feminino que declaram não possuir nem “freqüentar uma igreja/religião” e que precisa de uma reflexão por todos principalmente das lideranças religiosas. Os motivos que tem levado os jovens não se interessarem por uma vida religiosa não esta relacionada apenas em único fato, eles vão desde a falta de estimulo da família ou participação desta até aos escândalos cada vez mais presentes de lideres religiosos em casos de corrupção, escândalos sexuais, envolvimento com trafico de drogas entres outros. Ao deixarem de serem referencias para aos jovens eles acabam contribuindo para o seu afastamento, outro ponto colocado pelos entrevistados esta na forma de abordagem realizada por algumas igrejas, também incluído as “formas como os grupos jovens se encontram” em muitos casos não respeitam a realidade deles. A “falta de alguma coisa que motive a minha participação” é um exemplo de uma declaração vinda dos jovens. A falta de participação inclusive da família na igreja, aliás, o número de jovens que participam de uma religião independente da participação dos pais deve ser levado em consideração. A Igreja Católica continua sendo a maioria, no entanto é significativo o aumento das pentecostais no meio das protestantes. A presença de um grupo jovem que inclua ações de cultura, debates do cotidiano em conjunto com a questão religiosa têm sido responsável na participação dos jovens na igreja, principalmente na Católica. Nas protestantes existe uma divisão na ação com os jovens, as igrejas tradicionais como a Batista, Assembléia de Deus e Metodista, procuram aliar temas que levam os jovens a terem uma maior participação como encontros, retiros, esportes e músicas até a participação da vida na igreja no que se refere à parte religiosa. Nas pentecostais a musica é um instrumento muito utilizado e sempre voltado para o aumento dos jovens na igreja. Mas a preocupação realmente encontra-se na falta de identificação dos jovens com uma vida religiosa que não esta relacionada preconceito ou de “pagar mico”. O fato é que os escândalos sobre a pedofilia de padres e pastores, do envolvimento com ações que são considerados por eles como não sendo o papel de um religioso como relacionamento com traficantes, com políticos, subornos e questão financeira, apoio a determinados movimentos como o MST, por exemplo, são fatos que segundo os jovens os afastam da religião. Certo ou não é uma visão que deve ser refletida por religiosos, mas também pelos leigos que vivenciam a vida de uma igreja e que têm uma importância considerada. Alguns jovens declaram que freqüentam a igreja devido às meninas, ou seja, com a intenção de namorar. A presença de religiosos em casos de corrupção, escândalos sexuais, envolvimento com trafico de drogas entre outros. Ao deixarem de serem referencias para aos jovens eles acabam contribuindo para o seu afastamento, outro ponto colocado pelos entrevistados esta na forma de abordagem realizada por algumas igrejas, também incluído as “formas como os grupos jovens se encontram” em muitos casos não respeitam a realidade deles. A ausência dos jovens na vida de uma igreja pode ser uma das explicações da crise de valores e da procura por brigas, bebedeiras, drogas e prostituição e outros envolvimentos com os diversos tipos de crime que acabam colocando suas vidas em risco. Enquanto isso as lideranças das igrejas ficam cada vez mais velhas e não conseguem entender os jovens de hoje. Incluindo os jovens que declaram que acreditam em Deus, mas que também na participam de uma igreja o número total é de 75 jovens, sendo distribuídos da seguinte forma: 55 que não estão incluídas em nenhuma igreja e não se declaram em não acreditar em Deus e 20 que declaram acreditar em Deus, 20 jovens declararam freqüentar só para namorar/paquerar. Apesar da massificação nos meios de comunicação do novo tio de comportamento que vai desde o uso de preservativos até o “ficar” o número de jovens que preferem o “namorar a moda antiga” e que pretendem casar virgens é significativo. As meninas que declaram não estarem presentes em uma igreja tiveram o inicio de sua vida sexual mais cedo do que as estão presentes em igreja não importando a denominação. Outro ponto interessante esta na relação da Fé e da Família, uma parte dos jovens consideram ser em casa o começo da primeira experiência com Deus, não conseguem definir o que seria Fé, se ela é uma experiência individual ou coletiva. A falta de “consciência do porque seguir a igreja” e em muitos casos estão “para a busca de uma solução para um problema individual”. Os conflitos dos jovens na atualidade não esta mais relacionada aos atos de rebeldia tão comum na idade nem a falta de experiência ou a busca pela liberdade, a relação homossexual tem gerado um grande conflito gerando sentimentos confusos, é a busca pelo “sexo seguro” ou um ato de promiscuidade ou será uma “doença” segundo palavra de uns. Segundo alguns jovens existem uma exaltação do homossexualismo fazendo com que a programação se adéqüe ao “politicamente correto” então os filmes, seriados e novelas passam a colocar em seus roteiros a vida de um ou mais casais homossexual feminino ou masculino. Mesmo não ocorrendo nenhum depoimento que possa ser considerado preconceituoso alguns registros merecem destaque: um grupo em Araguaína, cidade do Tocantins disse que um jovem ao se “definir como homossexual nós não o convidamos mais pra participar das festas e jogos do grupo” inclusive ele não era mais considerado um cristão. As meninas por sua vez tinham uma experiência mais harmoniosas considerando “os meninos como responsáveis de termos uma relação assim, pois eles só querem saber de sexo, beber e drogas, enquanto com as outras meninas e até com adolescentes mais velhas é diferente, o carinho e a amizade aparecem sempre”. Na igreja elas não são compreendidas da mesma forma que os jovens não entendem a relação dos pais com a religião, como a posição da igreja em alguns casos. A mudança de religião/igreja não permite um testemunho daqueles que deveriam ser responsável pela formação de seus filhos que caminho deveria seguir. Existem casos de “nesse ano meus pais mudaram de igreja duas vezes”. Com referencia as posições da igreja em certos temas o conflito se torna maior, pois “como pode a igreja condenar meu pai ou minha mãe se ela deveria perdoar os pecados”, Um adolescente de Alexsânia, cidade do estado de Goiás, não aceitava, por exemplo, que “minha mãe não pode participar de todos os momentos da missa porque ela é separada do meu pai” e “ela não vive junto dele porque ele bebia e batia nela, depois de chegar lá em casa vindo das casas de prostituição que tem na cidade”, “o que os padres queriam que ela ficasse apanhando”. Realmente são respostas difíceis de serem dadas, que merecem uma reflexão dos lideres e dos fieis para que possam fazer neste momento delicado que aqueles que acreditam em Deus possam participar sem o medo de julgamentos, não esquecendo que muitos desses jovens poderiam ter outro destino.

A família pelos jovens

Diferente do que se pode imaginar, os jovens possuem uma enorme preocupação com a família e colocam o seu pensamento de forma transparente, não deixando duvidas sobre sua expectativa para o papel e a importância da família para eles. Não tem fugido aos olhos dos jovens o falso moralismo que se construiu no Brasil por parte de setores da sociedade (e que não são poucos), que de apresentam como os paladinos em defesa da ética, dos bons costumes e no combate aos delitos e crimes cometidos pelos outros, e, no entanto, são os primeiros a cometerem erros “insignificantes” que acaba demonstrando a total falta de respeito pelos direitos dos outros. Outro aspecto que acabamos encontrando está de que a falta de educação não é a única responsável pelas mazelas que vem ocorrendo no Brasil e no mundo, evidencia sim, que acima de tudo estamos perdendo a capacidade de amar, da defesa da humanidade e o mais grave, a vida vem sendo colocada em um plano inferior e sem valor, o resultado encontramos nas relações conflituosas no seio das famílias o que confirma também a perda dos valores tão marcante e sempre presente no passado na vida das famílias. Mas afinal, qual a diferença que existe na família atual para a do passado, o que mudou, e o que podemos fazer em defesa da família para que ela não retorne ao autoritarismo e com isso diversas situações sejam colocadas debaixo do tapete como ocorria no passado. “A mim me dá uma pena e preocupação quando convivo com famílias que experimentam a tirania da liberdade em que as crianças podem tudo: gritam, riscam as paredes, ameaçam as visitas em face da autoridade complacente dos pais que se pensam ainda campeões da liberdade. (Paulo Freire, 2000) Nas entrevistas realizadas com centenas de jovens algumas respostas merecem uma reflexão por parte da sociedade, a maioria dos pais não haviam concluído os estudos, e das famílias residiam na periferia das cidades sem acesso a ferramentas que poderiam contribuir na formação intelectual desses jovens. Existem diversos artigos que procuram definir a importância da família no dia a dia dos jovens na escola, no esporte e lazer, na casa, na igreja enfim, em todos os espaços que possamos imaginar. No entanto continuamos errando em não escutar o que as crianças e os jovens pensam, justo eles que são o resultado positivo ou negativo a partir da ação que for desenvolvida pela família. E os jovens mostram que a família moderna não vem cumprindo com o seu papel, assim como a família antiga também cometia suas falhas. Mas ela é importante no momento em que a união se transforma na mola que punciona a vida de cada um, assim temos a necessidade de mostrar a todos que ao construirmos um modelo de família baseado na verdade e no amor em conjunto com respeito estaremos pavimentando a estrada que levará a sociedade a encontrar a base para um novo tempo. Assim pensam os jovens entrevistados, que acreditam em algumas tradições como a de juntos sentarem-se à mesa para as refeições, valorizam a bênção que pedíamos aos componentes mais velhos da família e o respeito. Então o que aconteceu para que esses pontos tão importantes caíssem no esquecimento e porque mesmo naquele tempo algumas situações de constrangimento e de violência ocorriam na família, da mesma forma que ocorre nos dias de hoje e ainda com uma violência gratuita que deve nos levar a refletir nosso papel. Como podemos observar a família sofreu algumas mudanças nas ultimas décadas tanto de conceito quanto de estrutura, outra transformação importante encontramos no aumento dos casos de violência doméstica que vieram a público motivado tanto por novas leis quanto pela atuação do governo federal a partir da constituição de 1988 e do Estatuto da Criança e do Adolescente. Os meios de comunicação também tiveram um papel importante ao noticiar os crimes ocorridos quanto em campanhas de divulgação da legislação. É importante salientar que a violência e o abandono de crianças e adolescentes não é nenhuma novidade na história brasileira, a novidade está relacionada ao comportamento da sociedade brasileira mesmo com toda hipocrisia. O mundo atual traz novos desafios, a modernidade e a globalização têm fortalecido o consumismo e o individualismo que nos traz duas marcas para esse novo tempo: a busca pelo prazer a qualquer preço (seja sexual ou da prosperidade) e a perda da cultura e da tradição da família como exemplificamos. É fato que todos os avanços que vem ocorrendo na humanidade acabam atingindo a família seja de forma positiva ou negativa. O papel da mulher, por exemplo, sofreu grandes modificações nas últimas décadas, antes, destinada ao papel de dona de casa ou de geradora de filhos. Chamada de sexo frágil não podia estudar, nem tão pouco votar. Hoje esse papel se modificou por completo; a mulher tem uma importância fundamental no desenvolvimento da sociedade, ultrapassando os 50% da sociedade brasileira. Uma parcela das famílias tem na mulher seu chefe e principal responsável pela manutenção do sustento e da responsabilidade de guiá-las. A era da tecnologia onde o jovem tem acesso a instrumentos que modelam a sua formação e parte de sua consciência, tem dificultado a tarefa da mulher de muitas vezes sozinha educar suas filhas e seus filhos até porque essas ferramentas acessadas com facilidade nos dias de hoje lhes dão acesso a informação, mas ao contrário do que alguns defendem, não transmite conhecimento ou a capacidade de definir que opção seguir. Afinal a tarefa de ensinar cabe aos pais, a família, a sociedade e a escola. Portanto precisamos enfrentar alguns mitos antes que eles sejam a porta para uma verdade que se transformaram em inimigos da sociedade. Um desses mitos que devemos enfrentar está na afirmação de que a degradação da família ou da sociedade está relacionada com o tamanho da família, ou de sua classe social ou ainda da ausência do pai. A figura de um pai e da mãe é fundamental na existência de uma família, no entanto, diversos exemplos da existência de famílias onde a mãe é a única responsável pela sua manutenção nos mostram exemplos de superação e de grandes vitórias. Milhões de mulheres sacrificam sua formação intelectual, de acesso a uma profissão para que seus filhos possam ter um futuro. Elas abdicam de liberdade, de um novo começo com o único objetivo que fazer de sua família um exemplo a ser seguido. Não existe aqui nenhuma defesa de uma família desestruturada da ausência da figura do pai ou da mãe, mas não podemos deixar de mostrar que o tempo moderno contribui para a formação de uma nova estrutura familiar; no entanto, quando o amor se encontra presente permiti a vitória desta instituição chamada FAMÍLIA; quando o amor é o combustível que conduz uma sociedade verdadeira. Precisamos valorizar sempre a existência do amor, da fé e da fraternidade principalmente no convívio familiar. A defesa da família deve ser de forma dura e intransigente, temos certeza de que a sua ausência gera graves conseqüências na formação de cada criança ou jovem, diversas pesquisas realizadas concluíram que pais que tenham condições de ajudarem os filhos nas atividades escolares, tornam o desempenho dos alunos em melhor condição daqueles cujos pais são analfabetos ou que não concluíram os estudos, e novamente a mulher é fundamental, pois a mãe é quem passa mais tempo com os filhos. Assim fica claro toda a contradição e incoerência presente no relacionamento de cada família da mesma forma que existe no meio da sociedade que tem no cidadão comum a sua parte mais frágil e contraditória, com os defeitos naturais que qualquer ser humano possui, ele é pecador, incoerente, apaixonado, indeciso, sensível, volúvel, conservador, radical e até violento em determinados momentos da vida. Assim é cada um de nós.

O que fazer no debate sobre a violência - parte I

“Pouca coisa é necessária para transformar inteiramente uma vida: amor nos coração e sorriso nos lábios.” Martin Luther King. O Rio de Janeiro amanheceu diferente no dia 7 de abril de 2011, a entrada de um jovem que matou 12 crianças modificou as manchetes dos jornais no dia seguinte, a imagem da violência também sofreu uma modificação com um tipo de crime que a cidade e o Brasil não estavam acostumados. Desde então diversas opiniões sobre a tragédia vem sendo colocadas, é claro que por mais que possamos tentar a emoção não ficará em segundo plano muito pelo contrário, no entanto é necessário tranqüilidade para que os erros cometidos em outras tragédias ou outros debates sobre a violência não tornem acontecer. É fato que os jovens e crianças assim como os profissionais e as famílias estão traumatizadas pelo fato, mas o restante da sociedade tem a obrigação de manter a razão em primeiro lugar para que as vítimas dessa tragédia não tenham tido suas vidas ceifadas sem que uma solução possa ser encontrada. Os números da violência brasileira e principalmente nas grandes regiões metropolitanas possuem resultados comparados aos de regiões envolvidas em guerra, e a banalização da vida não existe comparação. O que demonstra a dificuldade que teremos no debate sobre uma política de segurança que busque não avaliar só os efeitos, mas, que as causas sejam aprofundadas por todos os setores. Vivemos na verdade uma cultura da violência onde as respostas devem ser rápidas e de forma até radical. Estamos nos acostumando com ela e não estamos mais estranhando noticias de assaltos, mortes de policiais e de bandidos, corpos em malas de carros, em terrenos baldios e quando um ou mais criminosos são mortos pela policia ou um justiceiro a sociedade acaba aplaudindo. No entanto, a violência não é feita só de uma modalidade e tão pouco atinge apenas um setor ou uma classe social, a violência tem sido “democrática”. Mas existe uma urgência que devemos por em primeiro lugar no debate, uma simples pergunta que deve nos conduzir na tentativa de buscar um caminho pra ser seguido. Para onde estou indo quanto um membro de uma sociedade que se considera civilizada? É com esse objetivo que por intermédio desta palestra que irei buscar contribuir, colocando sempre a partir da visão dos jovens que venho entrevistando desde 2008 em diversas cidades e estados brasileiros. O que venho percebendo nessas viagens e entrevistas é uma ansiedade de jovens e até das famílias encontrarem soluções para diversos pontos que não avançaram nos últimos anos e também de algumas tradições que o tempo vem fazendo que deixem de existir principalmente no meio das famílias. Outro ponto importante que precisamos resgatar é quanto o papel importante dos direitos humanos e que vem sendo massacrado devido o sentimento de que a violência vem crescendo justamente devido à luta pelos direitos humanos, o que não é verdade.

Debate que devemos realizar.

A sociedade brasileira como todas as demais não é uniforme, muito pelo contrário é uma das mais contraditórias do mundo na atualidade. Não somos uma sociedade de direita nem de esquerda, não somos conservadores nem progressistas. Somos uma sociedade onde nossa diversidade é igual ao nosso processo de formação. Observar, estudar e compreender a história do Brasil é fundamental para que possamos construir uma política pública que irá desenvolver e beneficiar nossa sociedade fortalecendo a cidadania e assim o processo democrático uma lição que todos nós sociedade e poder público devem aprender juntos caso contrário estaremos fadados ao fracasso. Nossa história, nossa cultura e nossa diversidade devem ser respeitadas, o processo de imigração e migração no Brasil foi importante para a construção desse mosaico que contribui para o contraditório existente em nossa sociedade. Construímos a imagem de um país amante da paz o que não impede de presenciarmos no meio da sociedade cenas trágicas e uma banalização da vida inadmissível em uma sociedade civilizada. Nesse sentido nossa sociedade é pragmática e assim as soluções encontradas são sempre para o momento e nunca em longo prazo pensando no futuro. Talvez esteja aqui um dos motivos da desigualdade e a sempre exclusão social existente no Brasil. O que existe hoje são crianças que não possuem sonhos, que não sabem o que pretendem fazer na vida, são pais que não conseguem dar aos seus filhos uma vida com dignidade e assistem impotente o encanto da juventude se perder de forma cruel. O sonho de uma vida melhor não existe para milhões de brasileiros fazendo com que crianças deixem de ser crianças, que mulheres sejam violentadas e assassinadas a todo instante, que sejam exploradas assim como meninas e até meninos que servem de mercadoria para o tráfico de pessoas. A realidade que leva milhões de jovens a se prostituir nas ruas das cidades brasileiras não é tratada de forma que possamos dar um basta nas redes existentes. A construção da nossa identidade vem sendo construída, ela é complexa devido em parte pelo processo em que foi realizada nossa colonização e a imigração feita. Outro ponto importante de compreendermos é o modelo de organização federativa que possuímos, onde a maioria das cidades não consegue sobreviver por conta própria. Viajando pelo Brasil podemos observar o efeito deste modelo. Portanto temos muito que refletir sobre nossa história, nossa cultura e assim um dia quem sabe conseguirmos elaborar ações que possam solucionar a desigualdade brasileira.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Biblioteca Comunitária Solano Trindade na Bienal do Livro 2011.

Participação da Biblioteca Solano Trindade na Bienal do Livro 2011. No momento em que o debate sobre a corrupção aumenta no Brasil e diversas organizações não-governamentais são envolvidas nesse mar de lama, a Biblioteca Comunitária Solano Trindade demonstrou nesse dia 11 de setembro de 2011 na Bienal do Livro na cidade do Rio de Janeiro como deve ser o comportamento de uma verdadeira entidade representando a sociedade civil. Dividindo o espaço com seus parceiros de luta para o desenvolvimento de uma cultura voltada para a cidadania presenteou os visitantes da Bienal com apresentações de artistas populares de Duque de Caxias, debates envolvendo questões sobre a mulher, criança e adolescente e uma nova visão econômica da política do livro, o papel das bibliotecas e apresentação da mais nova estrela da literatura de nossa cidade, a Maria Vitoria que nos deu uma verdadeira aula de cidadania apesar dos seus oito anos de idade. Esse dia ficará marcado na memória de todos nós que fazemos parte da Biblioteca Solano Trindade. Foi um momento especial onde somente uma sociedade conhecedora de seus direitos e de sua capacidade na mobilização em defender sua cultura é capaz de realizar. Um dia especial e repleto de magia e encanto como um espaço dedicado a cultura sugere que tenha de existir. Em nossa passagem pela Bienal conseguimos refletir na ótica popular como esse espaço dedicado aos grandes grupos editoriais também pode ser ocupado por grupos que tenha como objetivo mostrar a importância do livro na vida de crianças e adolescentes nas periferias das cidades e das regiões metropolitanas deste país. Foi possível mostrar a como surgiu nossa cidade, que o cordel é uma peça importante no imaginário da população, e que uma criança como a nossa pequena Maria Vitória é capaz de nos ensinar como é simples vivenciar o amor pela natureza, pela leitura pelas pessoas e pela família. Debater a importância de uma biblioteca aberta e sem travas para que o leitor sinta o prazer de estar presente em um espaço nem sempre livre para os amantes do livro ou que apenas querem aprender a gostar da leitura. Falar sobre temas que a sociedade brasileira tem evitado debater com a seriedade necessária como o aborto, a prostituição infantil, a situação da mulher e sobre a família.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Jovens do Tocantins - Comportamento I PARTE

JOVENS DO TOCANTINS – COMPORTAMENTO. I PARTE.
Caderno Complementar – Mapa da Violência 2011: Acidentes do Trânsito, é o titulo do desdobramento do Mapa da Violência lançado em fevereiro, mostra o Tocantins como o estado com a maior taxa de mortalidade em acidentes de trânsito. Em 2008 foram registrados 35,6 óbitos para cada cem mil habitantes no estado. O estudo mostra também que o Tocantins junto com Rondônia, Roraima, Distrito Federal, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul estão acima da média nacional, quanto a óbitos de ciclistas no trânsito. Em vitimas de acidentes de carro, Gurupi com 45,7 óbitos é a segunda maior taxa de mortalidade nacional. Em âmbito nacional é preocupante a taxa de mortalidade dos jovens que supera a do restante da população. De 1998 a 2008 a taxa de óbitos no trânsito brasileiro subiu de 19,1 para 20,2 óbitos para cada cem mil habitantes. No mesmo período a taxa de mortes entre os jovens subiu de 20,9 para 25. O Globo, 13 de abril de 2011. Fonte: Caderno Complementar – Mapa da Violência 2011: Acidentes de trânsito, do sociólogo Júlio Jacobo Waiselfisz, lançado em fevereiro.
São números preocupantes que devem levar a sociedade a uma reflexão sobre essa verdadeira tragédia que se trata a violência no trânsito, não levando em conta as mortes provenientes das brigas e discussões que tem banalizado ainda o valor da vida humana no Brasil. São diversas questões que devemos abordar a partir desse estudo o primeiro que devemos levar em consideração está no fim de vários sonhos destruídos. Outro ponto é quando avaliamos esses números iremos perceber que são comparados aos números de uma guerra. Em 2008, por exemplo, o total de jovens mortos no trânsito foi de 8.669, quando identificamos as vitimas com o tipo de veículos iremos perceber que as mortes por acidentes de moto foram 3.432 no total.
Em 2009 e 2010 foram realizadas 525 entrevistas com jovens de 15 a 21 anos, dessas entrevistas 52 eram com menores de 15 anos todas do sexo feminino. As entrevistas forma experiências fantásticas onde algumas se transformaram em conversas e alguns encontros com famílias e mostraram jovens maduros e conhecedores do seu papel na sociedade atual. Encontrei também jovens com pensamentos preconceituosos e conservadores, outros desconheciam alguns temas que estão sendo debatidos como a redução da maioridade penal, sobre o aborto e sobre a descriminalização das drogas. A função do meu trabalho em mostrar como vive e pensa os jovens brasileiros não é o de questionar nem tão pouco julgar valores ou fazer juízo de nenhum deles. Isso deve ficar a cargo da sociedade e principalmente pelos cidadãos comuns deste país, isso porque os setores organizados muitas das vezes não os representam muito pelo contrario, em diversos momentos os conduzem ao erro, até porque os setores organizados falam para seus pares. O sindicato para sua categoria, os ambientalistas muitos falam em nome próprio ou de uma luta especifica e assim são os outros grupos. O cidadão comum é contraditório, conservador, preconceituoso, radical seja pra direita ou esquerda, fiel ou não de alguma religião. E assim são os jovens, até porque são reflexos de onde vivem e são moldados. Vivemos em uma sociedade com conflitos constantes. A violência domestica e as praticadas contra crianças e adolescentes atingem números absurdos e inexplicáveis, a maioria resultado de uma criação machista onde o homem é o todo-poderoso e proprietário da mulher ou dos filhos, em alguns casos em que o pai abusa sexualmente do filho ou da filha, a sua resposta é: ele pode fazer o que quiser, pois ele é o pai. O mesmo se justifica quando agride a mulher, que o lugar dela e cuidando da casa e não trabalhando, em muitos casos chegam a ser comparadas a uma “vagabunda”. O álcool também é um dos motivadores desta violência tão comum e difícil de combater. Os índios em varias cidades que passei eram chamados de mendigos, vagabundos e pra que dar terras para eles. Muitos jovens deixaram de falar com amigos ao descobrirem que eram homossexual interessante nesse comportamento é quanto aos que utilizam drogas não são tratados da mesma forma. A situação é mais grave quando relacionada às meninas o preconceito é mais forte. A situação religiosa também acaba se tornando um fator de ajuda no crescimento do preconceito. As famílias são na verdade responsável por diversos pontos que acaba atingindo os jovens, o numero de mortes no trânsito, por exemplo, podemos justificar na entrega de carros nas mãos de jovens despreparados que ao combinar volante, álcool ou outro tipo de droga acabam se transformando em verdadeiras maquinas de morte. Não é difícil encontrar jovens na porta de bares, lojas de conveniência, boates até altas horas da madrugada. As corridas de carros nas ruas mal conservadas ou com vários redutores de velocidades se transformam em verdadeiras armadilhas. O resultado se encontra nos hospitais, diversos jovens mutilados, famílias chorando seus mortos e a violência atingindo números que poderiam ser controlados caso as famílias cumprissem com seu papel assim como as autoridades, pois é fácil observar a falta de fiscalização ou o famoso deixa disso, pois o jovem é filho Sr. De Tal.

domingo, 10 de abril de 2011

Desafios para 2011

2011 OS NOVOS E VELHOS DESAFIOS
A sociedade tem no cidadão comum a sua parte mais frágil e contraditória.
A dificuldade a que estamos assistindo nas relações entre pais e filhos apenas confirma a perda valores tão marcante e presentes antigamente no seio das famílias. A relação conflituosa existente na família não ocorre só no Brasil, no mundo inteiro assistimos esse desgaste. A falta de educação não é a única responsável pelas mazelas que vem ocorrendo no Brasil e no mundo. Evidencia sim, que acima de tudo estamos perdendo o significado do amor, da defesa da humanidade e o mais grave, a vida vem sendo colocada em um plano inferior e sem valor.
EDUCAÇÃO
No Brasil é consenso de que a solução dos problemas que enfrentamos passa por uma educação de qualidade e assim encontraremos o caminho para enfrentar a desigualdade social e combater de maneira eficaz a miséria e a pobreza. O problema é que esse discurso vem desde a promulgação da Constituição Federal em 1988. Alguns avanços aconteceram é bem verdade, no entanto se comparado com a necessidade que a sociedade brasileira possui para seu desenvolvimento veremos que foi tímido esse avanço. A luta pela universalização do ensino e pelo aumento de recursos não pode servir como conquistas que venham satisfazer nossa sociedade precisaram ser mais ambiciosas em nossas reivindicações.
O sistema educacional brasileiro está próximo da falência mesmo com a melhora nas ultimas décadas. Essa falência começa quando identificamos como avanço na educação a universalização do acesso à escola. Ou ainda ao considerar o aumento de recursos como uma melhora na educação, o que na verdade não passa de uma ilusão. A situação da educação no Brasil é na verdade a demonstração da ausência de políticas publica voltada para nossa infância e juventude. Outro grande erro, esta na separação do debate sobre educação, da escola particular e a pública. Quando na verdade encontramos problemas nos dois sistemas. O professor seja ele da escola publica ou particular encontra-se desmotivado seja devido à remuneração deficiente, seja pela formação de professores em alguns casos realizada inadequada devido a péssimos cursos. Contribuem ainda para essa falta de estimulo, escolas fisicamente precárias, com salas superlotadas e pequenas, escolas de latas etc. Esse é o sistema de educação no Brasil que encontramos em pleno século XXI, se fizermos comparações entre as regiões brasileiras a situação piora ainda mais. Regiões como o norte e nordeste a situação de declínio fica mais evidente.
A diferença com relação à escola publica da particular esta na população que freqüenta os dois sistemas, e que ai fica caracterizado ainda mais essa falência, o pobre tem na escola publica o seu lugar de estudo enquanto os filhos da classe média e dos ricos estudam em boas escolas particulares. O resultado dessa diferença de tratamento custa ao Brasil um preço alto no momento do seu desenvolvimento econômico.
O Brasil ao longo de sua historia vem construindo um modelo excludente, fazendo milhões de pessoas terem acesso à escola que na verdade não tem conseguido realizar seu trabalho ou ainda que milhares pelo menos continuem freqüentando. O resultado desse modelo fez com que as cidades ficassem cheias e violentas. Depoimentos dos jovens mostram o quanto essa situação contribui para o afastamento deles da escola. Outro grande problema enfrentado é quanto à gravidez na adolescência, dados mostram que um terço das jovens na faixa etária de 15 17 anos se encontra fora da escola e que já são mães. Outro problema encontrado esta na quantidade de jovens que acumulam trabalho e escola imagina-se em torno de 40,9% dos jovens entre 15 e 17 anos. No momento de optar entre escola e trabalho normalmente o jovem faz a opção pelo trabalho, os motivos são diversos, ajudar a família, sobrevivência, pois alguns acabam saindo de casa de forma prematura e às vezes com a chegada de um filho. O importante refletir é que jovens em processo de formação nem sempre encontram-se preparado para o futuro da forma que deveria contribuindo assim para uma deficiência na mão-de-obra no futuro. O debate sobre a importância da educação é muito mais complexa do que imaginamos, ela passa por diversos fatores que vão desde a garantia de recursos e sua aplicação de forma correta até a formação dos trabalhadores das unidades escolares ai incluídos professores, porteiros, auxiliares de limpeza, merendeiras, inspetores de alunos, funcionários de secretarias das unidades escolares e dos que participam de projetos nas escolas. Pois se todos que participam da escola não estiverem comprometidos e não forem consideradas peças importantes de engrenagem qualquer investimento será desperdiçado.




A situação social que vivemos no momento, e o debate sobre a ética sejam em nosso dia a dia seja na política é uma demonstração desse modelo educacional que ano após ano vem sendo impostas as nossas crianças e jovens. Depoimentos dos jovens mostram o quanto essa situação contribui para o afastamento deles da escola.
Segundo informações do Ministério da Educação, um terço das jovens Na faixa etária de 15 a 17 anos que esta fora da escola já é mãe. A gravidez na adolescência afasta jovens das salas de aula – nem a metade dos jovens nessa faixa etária esta matriculado no ensino médio, etapa escolar indicada para essa faixa, e 18% estão fora da escola. O quadro fica mais pessimista para os jovens, quando os livros e cadernos dão lugar as fraldas e mamadeiras, isso porque, boa parte das mães adolescentes acaba desistindo da escola.
No Brasil aproximadamente existe 40,9% dos jovens entre 15 e 17 anos que acumulam trabalho e escola.

Um novo modelo de sociedade

Um novo modelo de sociedade é preciso.
O Brasil possui 5.564 municípios espalhados por cinco regiões, a maioria dessas cidades não possui vida própria, só sobrevivem graças ao apoio financeiro vindo de órgãos federais e estaduais. Esse é o primeiro obstáculo que precisamos ultrapassar no enfrentamento as desigualdades econômicas e sociais existente no Brasil. Significa que ações que deveriam ocorrer para o desenvolvimento de nossa juventude ficam prejudicadas pela falta de estrutura, e a resposta é que nas cinco regiões brasileiras, as crianças estão entre as principais vitimas de violência, sendo que a sexual é a que mais cresce. Aliás, a violência faz parte da rotina da maioria das cidades, seja ela pequena média ou grande, a violência hoje esta presente na área urbana ou na área rural existem diversos tipos de violência inclusive a doméstica e familiar. O importante é salientar que a banalização da vida faz com ela perca o seu valor a cada instante, infelizmente a família também se transformou em uma ferramenta a serviço da violência, e como conseqüência a perda de valores que tem transformado a sociedade em um paciente cada vez mais próximo da UTI. A educação tem sido apontada como a solução de todos os males, no entanto, a falta de planejamento para o futuro em conjunto com a eterna discussão de investimentos e modelos baseados em exemplos de outros países sem levar em consideração a nossa história e cultura, transforma o debate sobre educação numa colcha de retalhos e sem definição concreta.
A origem da palavra sociedade vem do latim Societas, “uma associação amistosa com outros,” societas é derivado do Socius, que significa “companheiro.” Na sociologia é definida como um conjunto de pessoas que compartilham propósitos, gostos, preocupações e costumes, que se interagem entre si constituindo uma comunidade. Portanto, uma sociedade deveria começar com indivíduos que se conhecem e que tenham confiança uns aos outros, nesse sentido a família seria de vital importância, já que, ela é considerada a célula-mãe da sociedade, que ela deveria ser um antídoto contra todos os vícios. Mas o individualismo existente nos dias de hoje vem se transformando numa grande barreira e que necessita ser destruída urgente. Muitos não acreditam mais na sociedade atual e por isso defendem uma nova reorganização desta sociedade, mas sem haver uma mudança de atitude, de um reconhecimento de que precisamos sofrer modificações, nenhum resultado será alcançado. Não será apenas com mudanças das estruturas do estado que iremos modificar uma sociedade, não adianta modificar as leis, por exemplo, precisamos estar preparados para assumir as mudanças, precisamos reconhecer que somos influenciáveis, que o homem moderno tem buscado o prazer a qualquer preço, o que explica, por exemplo, o surgimento de seitas que na verdade oferece um produto desejado por muitos, mesmo que ele seja falso. Novos valores e novas leis têm sido debatidos, só para que possamos nos adequar as transformações que a modernidade nos trouxe.
A história, no entanto, está repleta de heróis e heroínas que deram a vida apenas por defenderem ou que tentavam transmitir paz e amor ou ainda porque defendiam o direito de liberdade para os mais fragilizados socialmente ou economicamente. Muitos por defenderam sua fé ou seu ideal, mas todos tinham um mesmo objetivo, estavam prontos para defenderem o que acreditavam. Uma nova sociedade só será possível a partir de indivíduos que se conheçam e que tenham confiança uns nos outros. Nesse sentido a família é de vital importância. Ela é o primeiro grupo do qual participamos.
O Brasil é movido pela ação do cidadão comum que realiza trabalhos extraordinários na busca de uma sociedade onde a maioria possa ter oportunidades.

Para onde estamos indo? parte I

Para onde estou indo? Quantas vezes fizemos de forma individual essa pergunta a cada um de nós. E que resposta quero encontrar, qual seria o meu objetivo ao formular essa pergunta pra mim mesmo?
O debate em torno da violência que temos nos dias de hoje se tornou em alguns momentos uma verdadeira ação de caças as bruxas, onde o importante é descobrir apenas quem são os responsáveis por um determinado ato violento, sendo que o principal objetivo que deveria ser o porquê de tanta violência acaba ficando em segundo plano. O debate sobre violência ou sobre uma política de segurança publica não pode nem deve ser refém de uma disputa ideológica ou religiosa, não pode ser ainda uma guerra de números, onde o que se valoriza é a quantidade de crimes cometidos, caso ocorra uma diminuição então a política de segurança está correta.
O debate sobre DIREITOS HUMANOS é urgente e necessária pela sociedade principalmente para que possamos ter clareza do que é na realidade os direitos humanos. A Declaração Universal dos Direitos Humanos desde o seu preâmbulo fala da dignidade inerente a todos os membros da família humana, no valor da pessoa humana e na igualdade de direitos do homem e da mulher e que será através do ensino e da educação que a Declaração Universal dos Direitos Humanos será adotada e seu reconhecimento garantido. A Declaração dos Direitos Humanos destaca tanto direitos como deveres que devem ser cumpridos por todos nós, para que possamos ter uma sociedade mais justa e igualitária. Em todo o mundo assistimos a degradação da família, da sociedade e do homem. No Brasil o que deve nos preocupar não é simplesmente o acompanhamento dos meios de comunicação sobre a violência, mais os crimes que ocorrem a todo instante e que não estão presente no sensacionalismo da imprensa. A violência doméstica a exploração sexual de crianças e adolescentes, o abandono pela família ocorre a todo o momento, está ocorrendo nesse instante, no entanto milhões de casos estão sendo deixados de aparecer nos meios de comunicação e muitos nem nas estatísticas.

“O homem é violento quando lhe falta argumento” Ditado oriental.
Esse é o grande problema que ocorre nos dias de hoje, nos falta argumento no relacionamento com os jovens, ausência de dialogo assim o que tem sobrado é o abandono que tem o seu inicio na falta de um convívio familiar.

“As crianças aprendem o que vive. Se a criança vive com criticas ela aprende a condenar, se acriança vive com hostilidade ela aprende a agredir, se a criança vive com zombarias ela aprende a ser tímida, se a criança vive com humilhação ela aprende a se sentir culpada. Se a criança vive com tolerância ela aprende a ser paciente, se a criança aprende a ser paciente, se a criança vive com incentivo ela aprende a ser confiante, se a criança vive com elogios ela aprende a apreciar, se a criança vive com retidão ela aprende a ser justa, se a criança vive com segurança ela aprende a ter fé, se a criança vive com aprovação ela aprende a gostar de si mesma, se a criança vive com aceitação e amizade ela aprende a encontrar amor no mundo.” (autor desconhecido)

Reflexão

“Pouca coisa é necessária para transformar inteiramente uma vida: amor nos coração e sorriso nos lábios.” Martin Luther King.

A vida é movida por ações, experiências e até conflitos. Nos três pontos existem os prós e contras, os bons e maus, momentos de alegrias mais também de tristezas. Em nossas vidas passamos diversas etapas, o nascimento, a infância, a juventude e a fase adulta. Passamos pela escola, pelo trabalho e pelo casamento, existem os momentos em que a separação às vezes é inevitável e assim cada um caminha por estradas separadas, existe também a união estável. Surgem os filhos, experiência divina e bela e nem sempre amada da forma que deveria. Assim tem sido a história brasileira, como nossa vida é cheia de ações e conflitos e algumas experiências que deixaram cicatrizes difíceis de esquecer. Nossa sociedade possui uma diversidade imensa fruto da nossa formação sendo o cidadão comum a parte mais frágil.
Gandhi na sua busca pela paz e com sabedoria nos deixou a seguinte mensagem: “Se queremos alcançar a verdadeira paz neste mundo e se queremos desfechar uma guerra contra a guerra, teremos de começar pelas crianças; se crescerem com a sua inocência natural, não teremos de lutar; não teremos de tomar resoluções ociosas e infrutíferas, mas seguiremos do amor para o amor, da paz para a paz, até que finalmente todos os cantos do mundo estarão dominados pela paz e amor, pelo que o mundo inteiro está ansiando, consciente ou inconscientemente”. Assim de forma simples ele nos mostra que a criança é a porta, o caminho para um futuro sem guerra. Essa deveria ser a nossa motivação e assim encontrar essa porta com a certeza de que a saída, a solução esta ali na nossa frente. Que futuro pode ter uma sociedade que maltrata violenta e assassina suas crianças e seus adolescentes. Portanto é importante que possamos entender os reais motivos que levam nossos jovens a se envolverem com as drogas, por que os jovens entram na vida sexual cada vez mais cedo, qual o motivo do aumento das meninas numa relação homossexual, a gravidez precoce, essas e outras situações envolvendo jovens são questões que a sociedade precisa debater com seriedade e responsabilidade, caso contrário soluções equivocadas serão sempre as escolhidas como, por exemplo, o debate sobre a redução da maioridade penal onde os jovens são sempre considerados os responsáveis pelo crescimento da criminalidade. A verdade é que há muito tempo os assuntos que envolvem nossa juventude vem sendo colocada em segundo plano, tanto é verdade que nas eleições de 2010 não assistimos nenhum candidato a qualquer cargo, sendo a deputado ou ao senado e principalmente os candidatos a governador ou presidente tocarem no tema. A chamada prioridade absoluta nunca foi levada a sério as políticas públicas voltadas para crianças e adolescentes não passam de programas isolados sem parceria com todos os setores da sociedade. Sendo assim, encontramos a resposta sobre a dificuldade encontrada pelo poder público de atingir as metas às vezes colocadas. A falta de integração de políticas que colocassem lado a lado educação, cultura e esporte não permitem que a população infanto-juvenil possa ter uma formação saudável.
Sabemos que a rebeldia, os momentos de contestação, de dúvidas são fases da vida e cada jovem assim como o espírito aventureiro. No entanto as mudanças ocorridas nas ultimas décadas tem levado nossos jovens a procurar com uma intensidade maior do que o normal um envolvimento com um modelo de vida que nos leva a considerar nossos jovens como um caso perdido, as famílias se encontram em uma crise que parece não ter fim o que tem levado a existência de uma distancia na relação de pais e filhos que permite a entrada de um agente externo com um oportunismo que tirando proveito da fragilidade existente, vem criando um modelo de vida não só aos jovens, mais principalmente nas famílias cada vez mais fragilizadas. Alguém poderia dizer que os jovens sempre estiveram envolvidos em questões que fogem ao período em que vivem que eles estão sempre se modernizando até nas travessuras, o que é verdade, no entanto, o que assistimos no momento não é apenas uma necessidade de auto-afirmação ou de mostrar que eles são capazes de testar nossos limites. O que está em jogo na atualidade não é apenas uma atualização para os dias de hoje de atos de rebeldia ou tipos de aventuras, ou ainda apenas modelos de criação dos filhos considerados ultrapassados por alguns. A questão que devemos refletir é mais complexa, ela envolve valores que não podemos confundir com conservadorismo ou de atraso nem permitir que valores morais e éticos se transformem apenas em uma tradição extinta.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

A importância da família

LIMITES (Mônica Ferreira)
Impor limites não é deixar de amar, é mostrar que se ama sem fronteiras para educar. Quando conseguimos passar com tenacidade o verdadeiro sentido das palavras, conquistamos territórios antes inatingíveis na mente e no coração de nossos filhos.
Para ser pai e mãe não há formula, receita ou manual. Mas o mundo nos tem mostrado que limitar um filho é uma das maiores expressões de amor que demonstramos por eles. Quando lhes impomos limites também os ensinamos a delimitar o próprio território.
Nos tempos atuais, é visível a necessidade de demarcarmos nosso terreno, principalmente o da emoção. Mostrar nossas emoções aos nossos filhos não é sinal de fraqueza, mas sim, sinônimo de grandeza.
Ame seu filho e ensine-o que limitar é amar ou o maior ensinamento do amor, pois quem sabe o que é limite respeita o espaço do outro.
Quando limitamos alguém, estamos evitando o constrangimento de deixar que o mundo faça nossa obrigação. Precisamos deixar claro que o mundo não gira em torno de nossas vontades.
O homem desde o seu nascimento está inserido em um grupo, e esse primeiro grupo em que ele começa a sua organização é justamente a família, é nela que ele irá crescer se desenvolver intelectualmente e culturalmente. Significa por tanto que será fruto do meio em que construir sua vida. Será a partir da família que irá se relacionar com outros grupos e/ou outras famílias. É nesse relacionamento dentro de seu grupo e com os demais que o homem irá aprender a se organizar, vivendo com o diferente seja de costumes, de organização social e até de valores. A verdade é, por motivo por mais simples que seja, ninguém consegue viver sozinho. O relacionamento entre pessoas tem sido de grande importância para que a sociedade se desenvolva, mas para que isso possa acontecer, as diferenças necessitam ser respeitado, o que, no entanto não significa aceitar os erros, mas saber concertar para que outros não aconteçam. Nesse sentido a importância da família, ela sempre será o ponto de partida garantindo a partir dela um desenvolvimento sadio de personalidade e ao mesmo tempo um antídoto contra os vícios, especialmente das drogas, contra o envolvimento das jovens na prostituição e no combate a violência. A sua missão principal é o da educação e da formação de caráter e valores éticos e morais. Entra aqui um aliado importante, a presença de Deus na vida da família, a fé e a religião ocupam um lugar importante e estratégico, sejamos protestantes ou católicos ou de outra denominação, inclusive daqueles que declaram não ter religião ou que não acreditam em Deus. É preciso que tenhamos consciência de que a condição fundamental para que possamos vencer a decomposição social é a de possuirmos um caráter bem formado, a partir da família.
Não é novidade a dificuldade de pais se relacionarem com seus filhos, portanto o texto de Mônica Ferreira nos mostra a importância de ensinar o que é limite. Principalmente nos dias de hoje onde o individualismo tem sido a grande barreira que precisamos ultrapassar. Assistimos a todos os dias diversos debates sobre os valores sejam éticos ou morais como se eles fossem negociáveis para a manutenção da sociedade. A cada dia procuramos nos adequar as transformações que o mundo moderno nos trouxe, transformações essas que tem afetado profundamente nossa sociedade e principalmente as famílias, que vem se transformando na parte mais frágil dos avanços ocorridos. É importante entendermos que momentos de dificuldades deixam na sociedade à marca do desencanto e em muitos casos a falta de esperança que pode criar um cenário propicia a proliferação de juízos deformados prejudicando assim nossa avaliação do melhor caminho a ser seguido.
Apesar de todos da constituição brasileira promulgada em 1988 declarar que somos todos iguais, o que assistimos é diferente do que está escrito, alguns são considerados mais cidadãos do que outros, a discriminação ainda é muito presente em nossas vidas assim que a desigualdade. É fato que no decorrer de nossa história as conquistas por avanços em relação aos direitos civis, políticos e até humanos, mesmo com alguns recuos, no entanto, conceitos do que é direitos humanos ainda continuam sendo questionada, a cor, a classe social que se faça parte, ou o sexo e até a religião tem sido critérios de avaliação de se determinar quem tem ou não direitos, isso em pleno século XXI. O preconceito é cada vez mais forte e movimentos de homofobia são cada vez maiores. Fazemos parte de uma sociedade e nossa maneira de ser e de viver esta condicionada pela estrutura da sociedade em que vivemos. Vivemos na era da tecnologia, com acesso a instrumentos que aos poucos modelam a nossa formação e em parte a nossa capacidade de definir que opção escolher. Corrupção, a violência, a desigualdade social e a miséria são apontadas as mazelas da sociedade. No entanto, o maior problema que enfrentamos nos Brasil é a HIPOCRISIA ela tem sido a maior responsável por todas as situações adversas que temos enfrentado em nossa história. Ainda tem gente que pensa que a pobreza se reproduz porque os pobres se reproduzem. Ignora-se que a pobreza aumenta quando a criação de emprego é muito inferior à demanda, os empregos ofertados são de má qualidade, o piso salarial é baixo. E outra vez a família é o caminho para se enfrentar essa hipocrisia.

Registros de Imagens.

Registros de Imagens.

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