quarta-feira, 20 de junho de 2012

educação: as angustias de um debate.

Há algum tempo a educação vem sendo tratada como a solução para os problemas brasileiros, todos do governo aos especialistas quanto à sociedade organizada construíram nesses anos o discurso em defesa de uma educação de qualidade e para todos. A pergunta que teima em se manter atual em todos os tempos é uma só; se todos entendem a Educação como solução por que ela não acontece? Talvez a resposta seja por que até hoje ela não tenha sido aplicada para todos os brasileiros, ou ainda devido algumas ações tenham sido considerada como projeto educacional quando na verdade apenas formava o trabalhador para o mercado, o que não deixa de ser importante, no entanto, no momento em que o Brasil mais precisa de pessoas qualificadas para o novo tempo que se aproxima sempre em passos largos a falência do nosso sistema educacional se demonstra cruelmente para esse mercado de trabalho. O debate tem sido mesquinho com uma população jovem com vontade de no futuro não passar pelas mesmas dificuldades encontradas pelos pais, os responsáveis por outro lado tentam com dignidade passar esperança aos filhos, no meio desse dilema o tempo vai passando e o Brasil continua no seu atraso histórico sem uma perspectiva de um futuro que possa competir com outros países emergentes. Possuímos diversas leis avançadas em diversos aspectos seja em defesa da cidadania sejam elas em defesa de garantir investimentos nas mais diversas áreas. Universidades são criadas em vários estados e municípios, a educação básica vai se tornando pelo menos no papel universal, assim como o ensino médio que vem sendo ampliado de forma significativo até a o ensino para o adulto analfabeto tem sido pensado mesmo que tenhamos diversos problemas. E a pergunta persiste, porque não conseguimos deslanchar uma educação de qualidade. Os modelos são debatidos por professores e governos, mesmo sem um consenso as respostas são tentadas. Então onde estamos errando? Outra questão que me parece quase uma unanimidade é a falada crise na educação brasileira, talvez pelas ausências nas indagações acima, que não são minhas, diga-se de passagem, são pontos colocados nas mesas de debates entre governos, trabalhadores e especialistas que tentam encontrar soluções para nosso projeto de nação. Vivemos um momento especial é verdade, o crescimento alcançado nos últimos anos permitiu que uma parcela significativa da população pudesse sonhar com bens antes impossíveis de serem realizados, há não ser em sonhos. Esse crescimento, no entanto deixou claro o modelo de desenvolvimento realizado no país até então. É evidente que a educação deve ser o caminho trilhado por todos, seja pelas autoridades, sociedade organizada e o cidadão comum. A simples comparação com outros países desenvolvidos ou em pleno desenvolvimento vai nos deixar sempre com deficiência se comparados, o que não deve ser servir como parâmetros para definir nossos avanços ou atrasos, o Brasil é um país diferente seja pela origem quanto pela cultura imposta por nossos colonizadores ou que tenham emigrados com o objetivo de construírem sua liberdade ou conquistarem seu eldorado. Fomos moldados a partir desse contexto e negar esse passado será o nosso suicídio no qual temos sido levados ate os dias de hoje. É preciso escutar o trabalhador, aquele cidadão comum que acorda de madrugada e muitas das vezes chega a sua casa próxima a hora de retornar ao trabalho, o cidadão comum que muitas das vezes joga nos filhos a sua esperança que teima em lhe fugir como se o castigasse por não ter frequentado os bancos escolares. Cuidar dos filhos, educa-los nos dias de hoje não tem sido tarefa das mais fáceis o mundo consumista teima em bater na porta cada cidadão apresentando facilidades não tão simples de serem oferecidas há não ser nas propagandas elaboradas por equipes de marketing que vende de tudo até o tipo de políticos que devemos eleger como se aquela fosse a melhor saída para todos. A ética, a gentileza, o respeito a família ou aos mais velhos são coisas do passado as tratamos como tradição que não fazem parte de um novo tempo a chamada modernidade. A simplicidade na relação entre pais e filhos e entre esposa e marido mais que tinha no amor o sentimento básico na relação familiar tem sido deixada de lado. Era ali na família, o primeiro grupo organizado que nos é apresentado e que nos ensina para o que ainda temos de enfrentar a nossa primeira experiência educacional. Por sinal na cultura asiática é na família que encontramos nossos primeiros educadores, é ali que se aprende que os mais velhos não são apenas um peso que devemos carregar, pelo contrario, eles são escolas vivas que com sua experiência nos mostram caminhos muitas vezes invisíveis por nossa ansiedade tão comum na nos jovens e com vontade de vencer com certa rapidez, esquecendo de que a o olhar no que acontece a nossa volta e aprender com os animais, com os rios e o mar e as plantas e arvores podemos construir um modelo de respeito e equilíbrio que ira nos transformar em uma sociedade consciente e respeitosa. Esse pensamento tem sido construído a partir das entrevistas realizadas com professores, alunos e pais e responsáveis durante três anos e que ainda venho realizando, seus pensamentos e o que principalmente os jovens gostariam que sua escola pudesse lhes oferecer estarei colocando no próximo texto. Essa é apenas mais uma contribuição nesse debate no qual acredito ser difícil de conseguirmos um consenso e no qual procuro reproduzir o que venho ouvindo nesses anos, as dificuldades de muitos jovens continuarem seus estudos e os motivos apresentados por muitos deles de largar os estudos e o que seus pais pensam disso. Por essas e outras questões podemos perceber que ainda enfrentaremos essa angustia por muito tempo.

Liberdade de expressão.

Liberdade de expressão qual a sua fronteira? Em 2008 iniciei minhas pesquisas com o objetivo de escrever um livro sobre a situação das crianças e dos adolescentes em nosso país, desde então entrevistei autoridades políticas e agentes da sociedade civil, assim como os jovens e responsáveis, professores e médicos e cidadãos comuns. Entender ou mostrar os pensamentos dos mais diversos tem sido uma experiência fantástica e impressionante. Algumas perguntas foram necessárias fazer a mim mesmo na tentativa de entender o que estava acontecendo, devo confessar que não tem sido uma tarefa das mais fáceis. O que me levou a questionar como escrever as opiniões sem cair na tentação de condena-las ou de construir um conceito sem levar em consideração as opiniões dos entrevistados. Optei pelo mais lógico o respeito às informações coletadas. Entender as diferenças de pensamentos e suas opiniões é tão fundamental quanto à defesa das conquistas alcançadas pela sociedade. Vivemos no período do politicamente correto, o que nos leva em muitas ocasiões a nos deixar confusos no julgamento do que é certo ou errado. Nesse sentido o conhecimento se transforma no ponto crucial da construção de uma sociedade que tenha a liberdade como conceito fundamental de sua existência. Os meios de comunicação tem sido uma ferramenta poderosa na defesa da liberdade e pela democracia, mais também foi possível assisti-la caminhando ao lado de diversas ditaduras. Por isso não tem sido fácil o debate sobre a liberdade de expressão principalmente quando referida a imprensa. Com o surgimento da internet ficou mais ágil levar informação a sociedade e assim como a imprensa tradicional podemos perceber pontos negativos nesse veiculo tão poderoso na atualidade. Ao dividir espaço com meios de comunicação já conhecida por todos, os blogs e sites tem repetido erros já tão criticados. Liberdade pressupõe o respeito pelos direitos individuais e coletivos por isso a dificuldade de se conhecer a fronteira entre o preconceito, a agressividade, do ódio e da liberdade de poder dizer o que pensamos e sentimos. A liberdade deve ser sempre valorizada e respeitada, a modernidade nunca deve ser desconsiderada, mas, não devemos esquecer quem somos e muito menos nossa origem, não devemos esquecer os valores quem existem desde os tempos mais remotos, e principalmente o amor, ele é fundamental na construção de uma sociedade e se em nossos corações estiverem só as pedras o futuro não existirá jamais. É comum nos sentirmos isolados ao não se concordar com temas considerados tabus, não existe em nossa sociedade um pensamento único podemos encontrar os que defendem o aborto, o casamento de pessoas do mesmo sexo, da política de cotas, assim como os que são contra. O patrulhamento realizado em muitos casos de forma violenta tem prejudicado os debates na elaboração de políticas publicas. A ditadura do politicamente correto tem deixado uma falsa impressão do que realmente acontece em nosso país, não somos de esquerda nem de direita como é fácil constatar, sermos tolerantes em muitos casos enquanto em outros nem tanto é um grande problema, a dificuldade de tratar como normal existe uma grande dificuldade, simplificar a situação tratando quem pensa diferente de preconceituoso, de defensor da homofobia ou de fascista quando o discurso é radicalizado não nos levara a encontrar a resposta adequada. A violência praticada contra crianças e adolescentes e as mulheres é fruto de uma cultura machista ainda existente e de certos conceitos do passado que dizia que em briga de marido e mulher ninguém mete a colher, e bater faz parte da educação, existe até um discurso que diz “eu apanhava e nem assim sou um revoltado com meus pais”, outro diz que ninguém deve se intrometer na criação dos filhos dos outros. São pensamentos que teimam em permanecer em nosso meio da mesma forma há os que defendem que o homem deveria ter mais de uma mulher, pois assim ele seria tolerante com os erros cometido por uma de suas mulheres, e quando perguntado se as mulheres poderiam ter o mesmo direito a resposta é rápida “não, por que os homens são diferentes as mulheres precisam ter outro comportamento, e nós somos homens hora”. Algumas mulheres que entrevistei inclusive defendiam seus maridos dizendo que “hoje em dia essas menininhas são safadas e os homens aproveitam e fazem com elas o que não podem e nem devem fazer com suas mulheres”, essas são apenas algumas das situações que encontrei mais existem outros casos como os relacionados ao trabalho infantil e as drogas, algumas opiniões são tolerantes outras nem tanto. Dizer que é uma questão de educação não é verdadeiro, pois os pensamentos foram encontrados nos mais diferentes níveis sociais e de culturas regionais. Trabalhar essas questões será sempre o maior desafio por parte de nossos governantes e da sociedade, o ódio que podemos ver presente em alguns textos que circulam na internet contra os pensamentos considerados atrasados ou preconceituosos é na verdade uma reprodução da intolerância criticada com uma diferença existe por parte dos “conscientes” a sua violência é justificada por terem sido vitimas antes. Como podemos ver a fronteira dos conceitos ainda estão em uma linha imaginaria onde cada um de nós faz a opção do que é certo ou errado.

Registros de Imagens.

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