quarta-feira, 26 de setembro de 2012

O que as eleições representam para mim, e como a cultura poderia contribuir no desenvolvimento da população?

A modernidade tem feito com que nossos corações fiquem duros como pedras, às demonstrações de carinho entre pais e filhos e até entre os irmãos são coisas do passado o medo em diversos momentos estão estampados nos rostos das pessoas, sem contar que nos dias de hoje beijar pai e mãe ou demonstrar o amor que se sente pelo outro tem sido cada vez mais difícil. O mesmo tem ocorrido com a nossa cultura, os fatos acima são tratados como tradição ou “coisas do passado” e que não precisam ser renovados. A cultura continua sendo tratada como sendo de entretenimento e cada vez mais uma indústria, a história é pouco valorizada e assim não conseguimos construir uma identidade que possa ser respeitada e preservado ficando o mosaico no qual nossa cultura é composta ficando de lado em segundo plano. A consequência desta atitude esta na forma como o livro e a literatura vem sendo tratada, não é à toa, portanto, que no processo eleitoral que esta chegando ao seu fim não se teve a oportunidade de ouvir por parte dos candidatos nenhuma palavra sobre o que pensam e que política para a cultura estará presente em seu governo, então esperar por propostas e ações que sejam desenvolvidas para o incentivo para a leitura é quase que uma fantasia já que falamos de literatura. É verdade que temos avançado bastante e que as primeiras ações para o desenvolvimento da leitura em nosso país esta completando 20 anos em 2012 e ainda assim os índices estão aquém do precisaríamos para que fossemos um país de leitores. O Proler um programa de incentivo a leitura foi instituído por intermédio de um decreto e vinculado à Fundação Biblioteca Nacional. Os sucessos dos grandes eventos literários espalhados pelo Brasil ainda não foram suficientes para que representasse um ganho na sociedade e assim uma prioridade na formação do povo brasileiro. Algumas ações são desenvolvidas por grupos organizados ou por um simples cidadão levando o livro aos lugares que o poder público não tem atingido trazendo uma esperança para que no futuro o livro e a leitura se torne uma prioridade nas políticas públicas e também no pensamento do cidadão que o futuro de cada um de nós esta na capacidade de entendermos que a leitura é fator importante em nossa formação. O surgimento desses grupos ou de pessoas que trabalham o acesso de crianças e adolescentes e até adultos ao livro se deve não apenas a falta de bibliotecas públicas, mais se deve a vontade de levar o livro às mãos da população. Outra diferença pode ser encontrada na metodologia a pedagogia e o carinho como os leitores são tradados nas bibliotecas comunitárias ou de pessoas que trabalham a importância do livro e da leitura no desenvolvimento da sociedade. Em forma e teatro, de fantoches, dos mediadores de leitura e da simples distribuição em feiras, nas praças e até nos comércios de cada vilarejo, assentamentos ou de pequenas cidades o livro é levado aos leitores não apenas como uma mercadoria mais sim como um espaço de conhecimento e de transmissão de amor, carinho, fantasia e sonhos que precisam ser resgatados. O fato é que após o surgimento de diversas experiências tem ocorrido o aumento do acesso aos livros e como consequência um maior interesse pela leitura, mesmo assim ainda estamos longe de podermos ser considerados um país de leitores. Os pequenos recursos na cultura e principalmente na política voltada para o livro e a leitura apenas comprovam a dificuldade que o poder público encontra no momento de fortalecer sua história e cultura, esquecem que a memória de uma cidade, estado, região ou país contribuíra na construção da identidade de um cidadão e sendo assim na de um povo. Então a pergunta: O que as eleições representam para mim? A nossa Constituição diz que todo poder emana do povo por meio de representantes eleitos ou diretamente nos termos da constituição, diz também que todos são iguais perante a lei. No entanto, essa não tem sido a percepção da maioria da população principalmente aquela que fica na parte de baixo da pirâmide social e que para elas, portanto, o simples ato de votar não tem representado muita coisa, mesmo assim a cada resultado ao fim das eleições escutamos a mesma história: o povo não sabe votar, enquanto não tivermos educação será sempre assim, os pobres e sem educação são os principais culpados porque só votam devido aos programas sociais que não passam de assistencialismo e por ai vai. Acredito haver um pouco de verdade em cada ponto desse, mais também em um ponto que não tem feito parte do debate ou digamos das colocações de especialistas e da classe média e alta de nossa sociedade, que é a de como cobrar de alguém que não se sente igual seja perante a lei ou na questão social ao de outras classes, que seus representantes não o representam como deveria ou pelo como prometem a cada eleição, que para esse cidadão a saúde tem sido sempre a pior qualidade e a educação idem, instrumentos de lazer nem pensar e o acesso a questões básicas que o lhe desse esperança fosse até brincadeira em falar. Realmente pedir coerência e difícil. Mais o que tem sido as eleições se não um jogo de interesse de todas as partes envolvidas, os professores votam naqueles de sua classe na esperança de que possa defender seus interesses e o mesmo faz os engenheiros, os petroleiros, os ferroviários, os empresários, os agricultores e os ruralistas, sim porque existe uma divisão neste setor, como também existe no seio das classes média e alta, pois as duas possuem os emergentes, que ironia não é mesmo, é a luta dos que possuíram berço com aqueles que cresceram devidos a economia. Então qual desses teria seu interesse mais nobre do que o outro, e porque o mais humilde não ode votar conforme seu interesse é chegamos ao preconceito. E aqui chegamos à outra pergunta: O que a Cultura poderia contribuir no desenvolvimento da população? A resposta, simples, no resgate da autoestima de cada um de nós assim que pudéssemos conhecer nossa história pessoal, de nossas famílias, de nosso lugar e de nossa região, de como nosso povo se constituir e que o que assistimos nos dias hoje foi conquistado de que forma. Como preservamos cada história e cada pedaço de nossa cidade, bairro, país ou até mesmo de momentos de nossas vidas, porque só consideramos cultura nos momentos que vamos aos shows promovidos por grandes patrocinadores que conseguem abater nos impostos a sua contribuição, porque não conseguimos preservar brincadeiras que no passado nos divertiam e não nos motivavam a violência, que a cultura não era aquela que falava e nem idolatrava as drogas, a violência ou a prostituição e a mulher não era tratada como mercadoria ou objeto sexual apenas. A CULTURA é fundamental no desenvolvimento de todos e não apenas um fruto de uma indústria que visa ter lucros sem nenhum conteúdo. Talvez quando pudermos diferenciar alguns pontos que nos marcaram e percebermos que ali estava presente nossa história, nossa vida e assim a nossa cultura quem sabe ali estaremos construindo um divisor que nos leve em primeiro lugar respeitar o que faremos com nossas decisões por mais simples que elas sejam. Para que possamos refletir sobre aqueles que defendem que o voto não deveria ser obrigatório pensa nos motivos de cada um, o que vejo é que a classe média e alta poderia curtir esse dia na praia ou em suas propriedades sem um pingo de se sentir culpado, aqueles que não são beneficiados seria uma forma de virar as costas para as falsas promessas e também ficar em casa no seu futebol ou na esquina tomando sua cachaçinha, pois ninguém é de ferro, o que não tenho percebido na verdade é uma proposta que possa contribuir na qualidade de nossos representantes e o que temos com isso. Criação de leis como a da Ficha Limpa não é nem será suficiente, pois dependemos de interpretações que a justiça venha ter, sem contar que no Brasil a simples criação de uma lei não é motivo para que as coisas mudem basta ver a quantidade de leis existentes e ainda temos muito que fazer e mudar.

Registros de Imagens.

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