quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Conhecimento

Cultura é formada de conceitos, símbolos, valores e atitudes que modelam uma sociedade. Abrange o que pensamos, fazemos e temos como membros de um grupo social (Gilberto Cotrim) Nós pedimos com insistência: Não digam nunca: isso é natural! Diante dos acontecimentos de cada dia. Numa época em que reina a confusão. Em que corre sangue, Em que se ordena a desordem, Em que o arbitrário tem a força da lei, Em que a humanidade se desumaniza. Não digam nunca: isso é natural! Bertold Brecht (1898-1956) Segundo os filósofos, para que exista conhecimento, sempre será necessária a relação entre dois elementos básicos: um sujeito conhecedor (nossa consciência, nossa mente) e um objeto conhecido (a realidade, o mundo, os inúmeros fenômenos). Só haverá conhecimento se o sujeito conseguir aprender o objeto, isto é, conseguir representá-lo mentalmente. A verdade é que o conhecimento não é tão simples quanto parece. Varias perguntas devem ser realizadas de forma correta para que a solução também possa ser encontrada. Definir a capacidade de conhecimento de cada indivíduo, portanto não é uma tarefa tão simples quanto poderia parecer em um primeiro momento, isso porque o homem é contraditório, ambíguo, instável e dinâmico. Ele é um produto do meio em que vive, seja da natureza ou da cultura sendo ao mesmo tempo alguém capaz de alterar tanto a natureza quanto a cultura. Consciência e conhecimento nem sempre se deve ao nível intelectual do individuo, pois ao se relacionar com outros e com as diversas realidades ele pode por sua capacidade adquirir conhecimento, o que muitos chamam “fui formado na faculdade da vida”. Estamos vivendo na atualidade a era da tecnologia, com acesso a certos instrumentos que modelam a formação e em parte a consciência do ser humano o que não significa possuir capacidade de definir a opção correta, um exemplo esta no processo de escolha nos momentos eleitorais, onde a escolha de um candidato é movida por diversos fatores onde nem sempre a melhor proposta ou o melhor candidato se elege. A amizade, o grau de parentesco, um favor recebido, a influência de um amigo e o simples ato de insatisfação acaba interferindo no momento da escolha de uma candidatura. Onde fica nesse caso o conhecimento, e que avaliação se faz desse processo. Fazemos parte de uma sociedade e nossa maneira de ser e de viver esta condicionada pela estrutura da sociedade em que vivemos como já observamos anteriormente e faz o argumento de que aos 16 ou 18 anos os jovens sabem definir o que é certo ou errado, mais essa é uma polêmica que não termina aqui.

Gravidez precoce

Segundo o IBGE, na década de 1991 a 2000, o número de meninas de 10 a 14 anos que foram mães pela primeira vez no Brasil cresceu 93,7%. A gravidez precoce chega a ser alarmante em algumas regiões no Brasil. Do total das mulheres grávidas 19,3% tinham entre 15 e 19 anos de idade, no Pará e Maranhão esse número chegou a 25% o fato preocupante esta no fato que essas mães se encontram na fase de estarem estudando ou em alguns casos de começarem uma vida profissional. Outro problema é que uma parcela dessas jovens não estava estruturada para poder formar uma família enquanto outra parcela já havia se casado. Em 2002 dados do Ministério da Saúde mostrava que foram realizados cerca de 1.700 partos por dia em meninas de 10 e 19 anos, no ano seguinte, essa tendência permaneceu de janeiro a abril foram notificados 200.946 partos juvenis. Isso significa que o parto é o principal motivo de internação das jovens de 10 a 19 anos no Brasil. Os dados referentes ao ano de 2007 da pesquisa sobre Registro Civil do IBGE mostram que 0,8% dos nascimentos registrados no Brasil, as mães tem menos de 14 anos. As mães com idades entre 15 e 19 anos representavam 19,3% dos nascimentos registrados. Outro dado importante é a proporção das adolescentes de 15 a 17 anos de idade com filhos era de 6,3%, mantendo-se na mesma proporção de 1997. As regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste tinham as taxas mais elevadas e o Sul e Sudeste as mais baixas. Essa é uma triste realidade que se mantém já algum tempo e que a solução esta muito distante de ser resolvida, em primeiro lugar ela não pode ser tratada apenas como problema de saúde ou ainda relacionar a um problema de segurança, já que muitos defendem que a violência é fruto da quantidade de pobres existentes, em ambos os casos o “planejamento familiar” é considerado a solução do problema. Outro ponto considerado seria o trabalho de informação para os jovens como meio de se evitar a gravidez precoce e em muitos casos indesejada, esclarecimento ainda sobre as doenças sexualmente transmissíveis (dsts) com campanhas de incentivo da utilização de preservativos. Em 1998, o Sistema Único de Saúde fez quase 700 mil partos em adolescentes na faixa etária entre 10 e 19 anos. Desses, 32 mil pacientes era meninas entre 10 e 14 anos, o que significa um aumento de 31% dessas intervenções hospitalares do SUS em relação aos cinco anos anteriores. Em 2006, por exemplo, segundo o IBGE, 20% dos bebes nascidos ao longo do ano eram filhos de jovens com menos de 20 anos. De acordo com o Ministério da Saúde, pra cada cem mulheres que dão a luz no Brasil, vinte oito são menores de idade. Se levarmos em conta a década de 1991 a 2000 segundo o IBGE, o número de mães pela primeira vez no Brasil com a idade de 10 a 14 anos cresceu 93,7%. As causas desse crescimento da gravidez precoce estão no despertar cada vez mais cedo da sexualidade e do conceito da liberação dos costumes. Este foi um momento delicado do trabalho, principalmente com as adolescentes, era um momento de expor uma intimidade que nem todos estão preparados principalmente as jovens. Mesmo assim a pesquisa, a conversa e logo após a realização da palestra foi um momento rico onde a participação dos jovens foi importante. A maioria das jovens se declarou virgens e consideram importante essa posição. Ainda assim o número de adolescentes do sexo feminino que já tiveram relação sexual cada vez mais cedo é significativo. Também é preocupante o número de adolescentes que já são mãe, e mais ainda o número daquelas que largam os estudos devido à gravidez, seja por vergonha, por não conseguir conciliar os problemas gerados pela gravidez, em alguns casos, considerada de risco. As meninas começam a vida sexual mais cedo do que os meninos, aliás, uma tendência que vem crescendo algum tempo. Das 160 meninas entrevistadas 30 tiveram sua primeira relação sexual antes dos 15 anos, dessas, quatro eram mães, 10 tiveram sua primeira relação com 15 anos de idade. Durante o período das entrevistas 25 jovens eram mães e 15 estavam grávidas. Oito haviam abandonado a escola. Esse quadro inicialmente poderia passar uma imagem de que os jovens não se previnem no momento de sua relação sexual o que não é verdade, todos que declararam ter ou já ter tido uma relação sexual utilizaram métodos contraceptivos. O mais utilizado é a camisinha, no caso das meninas a pílula e até injeção foram citados, mas um fato que mostra a cabeça das jovens nos dias de hoje está na utilização da camisinha, mesmo assim observamos que o número de adolescentes grávidas ainda continua acima da média. Em alguns casos os jovens tiveram uma união estável ou casada, outros declaram ter havido uma união informal, se encontravam às vezes. Cinco jovens tentaram realizar o aborto, fosse tomando remédio adquirido em farmácias ou por intermédio de ervas. Atitude devido à reação das famílias ao tomarem conhecimento da gravidez.

O jovem e a religião

O jovem e a religião Apesar de a maioria freqüentar uma igreja não importando a denominação é preocupante o desencanto que um número de jovens principalmente o feminino que declaram não possuir nem “freqüentar uma igreja/religião” e que precisa de uma reflexão por todos principalmente das lideranças religiosas. Os motivos que tem levado os jovens não se interessarem por uma vida religiosa não esta relacionada apenas em único fato, eles vão desde a falta de estimulo da família ou participação desta até aos escândalos cada vez mais presentes de lideres religiosos em casos de corrupção, escândalos sexuais, envolvimento com trafico de drogas entres outros. Ao deixarem de serem referencias para aos jovens eles acabam contribuindo para o seu afastamento, outro ponto colocado pelos entrevistados esta na forma de abordagem realizada por algumas igrejas, também incluído as “formas como os grupos jovens se encontram” em muitos casos não respeitam a realidade deles. A “falta de alguma coisa que motive a minha participação” é um exemplo de uma declaração vinda dos jovens. A falta de participação inclusive da família na igreja, aliás, o número de jovens que participam de uma religião independente da participação dos pais deve ser levado em consideração. A Igreja Católica continua sendo a maioria, no entanto é significativo o aumento das pentecostais no meio das protestantes. A presença de um grupo jovem que inclua ações de cultura, debates do cotidiano em conjunto com a questão religiosa têm sido responsável na participação dos jovens na igreja, principalmente na Católica. Nas protestantes existe uma divisão na ação com os jovens, as igrejas tradicionais como a Batista, Assembléia de Deus e Metodista, procuram aliar temas que levam os jovens a terem uma maior participação como encontros, retiros, esportes e músicas até a participação da vida na igreja no que se refere à parte religiosa. Nas pentecostais a musica é um instrumento muito utilizado e sempre voltado para o aumento dos jovens na igreja. Mas a preocupação realmente encontra-se na falta de identificação dos jovens com uma vida religiosa que não esta relacionada preconceito ou de “pagar mico”. O fato é que os escândalos sobre a pedofilia de padres e pastores, do envolvimento com ações que são considerados por eles como não sendo o papel de um religioso como relacionamento com traficantes, com políticos, subornos e questão financeira, apoio a determinados movimentos como o MST, por exemplo, são fatos que segundo os jovens os afastam da religião. Certo ou não é uma visão que deve ser refletida por religiosos, mas também pelos leigos que vivenciam a vida de uma igreja e que têm uma importância considerada. Alguns jovens declaram que freqüentam a igreja devido às meninas, ou seja, com a intenção de namorar. A presença de religiosos em casos de corrupção, escândalos sexuais, envolvimento com trafico de drogas entre outros. Ao deixarem de serem referencias para aos jovens eles acabam contribuindo para o seu afastamento, outro ponto colocado pelos entrevistados esta na forma de abordagem realizada por algumas igrejas, também incluído as “formas como os grupos jovens se encontram” em muitos casos não respeitam a realidade deles. A ausência dos jovens na vida de uma igreja pode ser uma das explicações da crise de valores e da procura por brigas, bebedeiras, drogas e prostituição e outros envolvimentos com os diversos tipos de crime que acabam colocando suas vidas em risco. Enquanto isso as lideranças das igrejas ficam cada vez mais velhas e não conseguem entender os jovens de hoje. Incluindo os jovens que declaram que acreditam em Deus, mas que também na participam de uma igreja o número total é de 75 jovens, sendo distribuídos da seguinte forma: 55 que não estão incluídas em nenhuma igreja e não se declaram em não acreditar em Deus e 20 que declaram acreditar em Deus, 20 jovens declararam freqüentar só para namorar/paquerar. Apesar da massificação nos meios de comunicação do novo tio de comportamento que vai desde o uso de preservativos até o “ficar” o número de jovens que preferem o “namorar a moda antiga” e que pretendem casar virgens é significativo. As meninas que declaram não estarem presentes em uma igreja tiveram o inicio de sua vida sexual mais cedo do que as estão presentes em igreja não importando a denominação. Outro ponto interessante esta na relação da Fé e da Família, uma parte dos jovens consideram ser em casa o começo da primeira experiência com Deus, não conseguem definir o que seria Fé, se ela é uma experiência individual ou coletiva. A falta de “consciência do porque seguir a igreja” e em muitos casos estão “para a busca de uma solução para um problema individual”. Os conflitos dos jovens na atualidade não esta mais relacionada aos atos de rebeldia tão comum na idade nem a falta de experiência ou a busca pela liberdade, a relação homossexual tem gerado um grande conflito gerando sentimentos confusos, é a busca pelo “sexo seguro” ou um ato de promiscuidade ou será uma “doença” segundo palavra de uns. Segundo alguns jovens existem uma exaltação do homossexualismo fazendo com que a programação se adéqüe ao “politicamente correto” então os filmes, seriados e novelas passam a colocar em seus roteiros a vida de um ou mais casais homossexual feminino ou masculino. Mesmo não ocorrendo nenhum depoimento que possa ser considerado preconceituoso alguns registros merecem destaque: um grupo em Araguaína, cidade do Tocantins disse que um jovem ao se “definir como homossexual nós não o convidamos mais pra participar das festas e jogos do grupo” inclusive ele não era mais considerado um cristão. As meninas por sua vez tinham uma experiência mais harmoniosas considerando “os meninos como responsáveis de termos uma relação assim, pois eles só querem saber de sexo, beber e drogas, enquanto com as outras meninas e até com adolescentes mais velhas é diferente, o carinho e a amizade aparecem sempre”. Na igreja elas não são compreendidas da mesma forma que os jovens não entendem a relação dos pais com a religião, como a posição da igreja em alguns casos. A mudança de religião/igreja não permite um testemunho daqueles que deveriam ser responsável pela formação de seus filhos que caminho deveria seguir. Existem casos de “nesse ano meus pais mudaram de igreja duas vezes”. Com referencia as posições da igreja em certos temas o conflito se torna maior, pois “como pode a igreja condenar meu pai ou minha mãe se ela deveria perdoar os pecados”, Um adolescente de Alexsânia, cidade do estado de Goiás, não aceitava, por exemplo, que “minha mãe não pode participar de todos os momentos da missa porque ela é separada do meu pai” e “ela não vive junto dele porque ele bebia e batia nela, depois de chegar lá em casa vindo das casas de prostituição que tem na cidade”, “o que os padres queriam que ela ficasse apanhando”. Realmente são respostas difíceis de serem dadas, que merecem uma reflexão dos lideres e dos fieis para que possam fazer neste momento delicado que aqueles que acreditam em Deus possam participar sem o medo de julgamentos, não esquecendo que muitos desses jovens poderiam ter outro destino.

A família pelos jovens

Diferente do que se pode imaginar, os jovens possuem uma enorme preocupação com a família e colocam o seu pensamento de forma transparente, não deixando duvidas sobre sua expectativa para o papel e a importância da família para eles. Não tem fugido aos olhos dos jovens o falso moralismo que se construiu no Brasil por parte de setores da sociedade (e que não são poucos), que de apresentam como os paladinos em defesa da ética, dos bons costumes e no combate aos delitos e crimes cometidos pelos outros, e, no entanto, são os primeiros a cometerem erros “insignificantes” que acaba demonstrando a total falta de respeito pelos direitos dos outros. Outro aspecto que acabamos encontrando está de que a falta de educação não é a única responsável pelas mazelas que vem ocorrendo no Brasil e no mundo, evidencia sim, que acima de tudo estamos perdendo a capacidade de amar, da defesa da humanidade e o mais grave, a vida vem sendo colocada em um plano inferior e sem valor, o resultado encontramos nas relações conflituosas no seio das famílias o que confirma também a perda dos valores tão marcante e sempre presente no passado na vida das famílias. Mas afinal, qual a diferença que existe na família atual para a do passado, o que mudou, e o que podemos fazer em defesa da família para que ela não retorne ao autoritarismo e com isso diversas situações sejam colocadas debaixo do tapete como ocorria no passado. “A mim me dá uma pena e preocupação quando convivo com famílias que experimentam a tirania da liberdade em que as crianças podem tudo: gritam, riscam as paredes, ameaçam as visitas em face da autoridade complacente dos pais que se pensam ainda campeões da liberdade. (Paulo Freire, 2000) Nas entrevistas realizadas com centenas de jovens algumas respostas merecem uma reflexão por parte da sociedade, a maioria dos pais não haviam concluído os estudos, e das famílias residiam na periferia das cidades sem acesso a ferramentas que poderiam contribuir na formação intelectual desses jovens. Existem diversos artigos que procuram definir a importância da família no dia a dia dos jovens na escola, no esporte e lazer, na casa, na igreja enfim, em todos os espaços que possamos imaginar. No entanto continuamos errando em não escutar o que as crianças e os jovens pensam, justo eles que são o resultado positivo ou negativo a partir da ação que for desenvolvida pela família. E os jovens mostram que a família moderna não vem cumprindo com o seu papel, assim como a família antiga também cometia suas falhas. Mas ela é importante no momento em que a união se transforma na mola que punciona a vida de cada um, assim temos a necessidade de mostrar a todos que ao construirmos um modelo de família baseado na verdade e no amor em conjunto com respeito estaremos pavimentando a estrada que levará a sociedade a encontrar a base para um novo tempo. Assim pensam os jovens entrevistados, que acreditam em algumas tradições como a de juntos sentarem-se à mesa para as refeições, valorizam a bênção que pedíamos aos componentes mais velhos da família e o respeito. Então o que aconteceu para que esses pontos tão importantes caíssem no esquecimento e porque mesmo naquele tempo algumas situações de constrangimento e de violência ocorriam na família, da mesma forma que ocorre nos dias de hoje e ainda com uma violência gratuita que deve nos levar a refletir nosso papel. Como podemos observar a família sofreu algumas mudanças nas ultimas décadas tanto de conceito quanto de estrutura, outra transformação importante encontramos no aumento dos casos de violência doméstica que vieram a público motivado tanto por novas leis quanto pela atuação do governo federal a partir da constituição de 1988 e do Estatuto da Criança e do Adolescente. Os meios de comunicação também tiveram um papel importante ao noticiar os crimes ocorridos quanto em campanhas de divulgação da legislação. É importante salientar que a violência e o abandono de crianças e adolescentes não é nenhuma novidade na história brasileira, a novidade está relacionada ao comportamento da sociedade brasileira mesmo com toda hipocrisia. O mundo atual traz novos desafios, a modernidade e a globalização têm fortalecido o consumismo e o individualismo que nos traz duas marcas para esse novo tempo: a busca pelo prazer a qualquer preço (seja sexual ou da prosperidade) e a perda da cultura e da tradição da família como exemplificamos. É fato que todos os avanços que vem ocorrendo na humanidade acabam atingindo a família seja de forma positiva ou negativa. O papel da mulher, por exemplo, sofreu grandes modificações nas últimas décadas, antes, destinada ao papel de dona de casa ou de geradora de filhos. Chamada de sexo frágil não podia estudar, nem tão pouco votar. Hoje esse papel se modificou por completo; a mulher tem uma importância fundamental no desenvolvimento da sociedade, ultrapassando os 50% da sociedade brasileira. Uma parcela das famílias tem na mulher seu chefe e principal responsável pela manutenção do sustento e da responsabilidade de guiá-las. A era da tecnologia onde o jovem tem acesso a instrumentos que modelam a sua formação e parte de sua consciência, tem dificultado a tarefa da mulher de muitas vezes sozinha educar suas filhas e seus filhos até porque essas ferramentas acessadas com facilidade nos dias de hoje lhes dão acesso a informação, mas ao contrário do que alguns defendem, não transmite conhecimento ou a capacidade de definir que opção seguir. Afinal a tarefa de ensinar cabe aos pais, a família, a sociedade e a escola. Portanto precisamos enfrentar alguns mitos antes que eles sejam a porta para uma verdade que se transformaram em inimigos da sociedade. Um desses mitos que devemos enfrentar está na afirmação de que a degradação da família ou da sociedade está relacionada com o tamanho da família, ou de sua classe social ou ainda da ausência do pai. A figura de um pai e da mãe é fundamental na existência de uma família, no entanto, diversos exemplos da existência de famílias onde a mãe é a única responsável pela sua manutenção nos mostram exemplos de superação e de grandes vitórias. Milhões de mulheres sacrificam sua formação intelectual, de acesso a uma profissão para que seus filhos possam ter um futuro. Elas abdicam de liberdade, de um novo começo com o único objetivo que fazer de sua família um exemplo a ser seguido. Não existe aqui nenhuma defesa de uma família desestruturada da ausência da figura do pai ou da mãe, mas não podemos deixar de mostrar que o tempo moderno contribui para a formação de uma nova estrutura familiar; no entanto, quando o amor se encontra presente permiti a vitória desta instituição chamada FAMÍLIA; quando o amor é o combustível que conduz uma sociedade verdadeira. Precisamos valorizar sempre a existência do amor, da fé e da fraternidade principalmente no convívio familiar. A defesa da família deve ser de forma dura e intransigente, temos certeza de que a sua ausência gera graves conseqüências na formação de cada criança ou jovem, diversas pesquisas realizadas concluíram que pais que tenham condições de ajudarem os filhos nas atividades escolares, tornam o desempenho dos alunos em melhor condição daqueles cujos pais são analfabetos ou que não concluíram os estudos, e novamente a mulher é fundamental, pois a mãe é quem passa mais tempo com os filhos. Assim fica claro toda a contradição e incoerência presente no relacionamento de cada família da mesma forma que existe no meio da sociedade que tem no cidadão comum a sua parte mais frágil e contraditória, com os defeitos naturais que qualquer ser humano possui, ele é pecador, incoerente, apaixonado, indeciso, sensível, volúvel, conservador, radical e até violento em determinados momentos da vida. Assim é cada um de nós.

O que fazer no debate sobre a violência - parte I

“Pouca coisa é necessária para transformar inteiramente uma vida: amor nos coração e sorriso nos lábios.” Martin Luther King. O Rio de Janeiro amanheceu diferente no dia 7 de abril de 2011, a entrada de um jovem que matou 12 crianças modificou as manchetes dos jornais no dia seguinte, a imagem da violência também sofreu uma modificação com um tipo de crime que a cidade e o Brasil não estavam acostumados. Desde então diversas opiniões sobre a tragédia vem sendo colocadas, é claro que por mais que possamos tentar a emoção não ficará em segundo plano muito pelo contrário, no entanto é necessário tranqüilidade para que os erros cometidos em outras tragédias ou outros debates sobre a violência não tornem acontecer. É fato que os jovens e crianças assim como os profissionais e as famílias estão traumatizadas pelo fato, mas o restante da sociedade tem a obrigação de manter a razão em primeiro lugar para que as vítimas dessa tragédia não tenham tido suas vidas ceifadas sem que uma solução possa ser encontrada. Os números da violência brasileira e principalmente nas grandes regiões metropolitanas possuem resultados comparados aos de regiões envolvidas em guerra, e a banalização da vida não existe comparação. O que demonstra a dificuldade que teremos no debate sobre uma política de segurança que busque não avaliar só os efeitos, mas, que as causas sejam aprofundadas por todos os setores. Vivemos na verdade uma cultura da violência onde as respostas devem ser rápidas e de forma até radical. Estamos nos acostumando com ela e não estamos mais estranhando noticias de assaltos, mortes de policiais e de bandidos, corpos em malas de carros, em terrenos baldios e quando um ou mais criminosos são mortos pela policia ou um justiceiro a sociedade acaba aplaudindo. No entanto, a violência não é feita só de uma modalidade e tão pouco atinge apenas um setor ou uma classe social, a violência tem sido “democrática”. Mas existe uma urgência que devemos por em primeiro lugar no debate, uma simples pergunta que deve nos conduzir na tentativa de buscar um caminho pra ser seguido. Para onde estou indo quanto um membro de uma sociedade que se considera civilizada? É com esse objetivo que por intermédio desta palestra que irei buscar contribuir, colocando sempre a partir da visão dos jovens que venho entrevistando desde 2008 em diversas cidades e estados brasileiros. O que venho percebendo nessas viagens e entrevistas é uma ansiedade de jovens e até das famílias encontrarem soluções para diversos pontos que não avançaram nos últimos anos e também de algumas tradições que o tempo vem fazendo que deixem de existir principalmente no meio das famílias. Outro ponto importante que precisamos resgatar é quanto o papel importante dos direitos humanos e que vem sendo massacrado devido o sentimento de que a violência vem crescendo justamente devido à luta pelos direitos humanos, o que não é verdade.

Debate que devemos realizar.

A sociedade brasileira como todas as demais não é uniforme, muito pelo contrário é uma das mais contraditórias do mundo na atualidade. Não somos uma sociedade de direita nem de esquerda, não somos conservadores nem progressistas. Somos uma sociedade onde nossa diversidade é igual ao nosso processo de formação. Observar, estudar e compreender a história do Brasil é fundamental para que possamos construir uma política pública que irá desenvolver e beneficiar nossa sociedade fortalecendo a cidadania e assim o processo democrático uma lição que todos nós sociedade e poder público devem aprender juntos caso contrário estaremos fadados ao fracasso. Nossa história, nossa cultura e nossa diversidade devem ser respeitadas, o processo de imigração e migração no Brasil foi importante para a construção desse mosaico que contribui para o contraditório existente em nossa sociedade. Construímos a imagem de um país amante da paz o que não impede de presenciarmos no meio da sociedade cenas trágicas e uma banalização da vida inadmissível em uma sociedade civilizada. Nesse sentido nossa sociedade é pragmática e assim as soluções encontradas são sempre para o momento e nunca em longo prazo pensando no futuro. Talvez esteja aqui um dos motivos da desigualdade e a sempre exclusão social existente no Brasil. O que existe hoje são crianças que não possuem sonhos, que não sabem o que pretendem fazer na vida, são pais que não conseguem dar aos seus filhos uma vida com dignidade e assistem impotente o encanto da juventude se perder de forma cruel. O sonho de uma vida melhor não existe para milhões de brasileiros fazendo com que crianças deixem de ser crianças, que mulheres sejam violentadas e assassinadas a todo instante, que sejam exploradas assim como meninas e até meninos que servem de mercadoria para o tráfico de pessoas. A realidade que leva milhões de jovens a se prostituir nas ruas das cidades brasileiras não é tratada de forma que possamos dar um basta nas redes existentes. A construção da nossa identidade vem sendo construída, ela é complexa devido em parte pelo processo em que foi realizada nossa colonização e a imigração feita. Outro ponto importante de compreendermos é o modelo de organização federativa que possuímos, onde a maioria das cidades não consegue sobreviver por conta própria. Viajando pelo Brasil podemos observar o efeito deste modelo. Portanto temos muito que refletir sobre nossa história, nossa cultura e assim um dia quem sabe conseguirmos elaborar ações que possam solucionar a desigualdade brasileira.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Biblioteca Comunitária Solano Trindade na Bienal do Livro 2011.

Participação da Biblioteca Solano Trindade na Bienal do Livro 2011. No momento em que o debate sobre a corrupção aumenta no Brasil e diversas organizações não-governamentais são envolvidas nesse mar de lama, a Biblioteca Comunitária Solano Trindade demonstrou nesse dia 11 de setembro de 2011 na Bienal do Livro na cidade do Rio de Janeiro como deve ser o comportamento de uma verdadeira entidade representando a sociedade civil. Dividindo o espaço com seus parceiros de luta para o desenvolvimento de uma cultura voltada para a cidadania presenteou os visitantes da Bienal com apresentações de artistas populares de Duque de Caxias, debates envolvendo questões sobre a mulher, criança e adolescente e uma nova visão econômica da política do livro, o papel das bibliotecas e apresentação da mais nova estrela da literatura de nossa cidade, a Maria Vitoria que nos deu uma verdadeira aula de cidadania apesar dos seus oito anos de idade. Esse dia ficará marcado na memória de todos nós que fazemos parte da Biblioteca Solano Trindade. Foi um momento especial onde somente uma sociedade conhecedora de seus direitos e de sua capacidade na mobilização em defender sua cultura é capaz de realizar. Um dia especial e repleto de magia e encanto como um espaço dedicado a cultura sugere que tenha de existir. Em nossa passagem pela Bienal conseguimos refletir na ótica popular como esse espaço dedicado aos grandes grupos editoriais também pode ser ocupado por grupos que tenha como objetivo mostrar a importância do livro na vida de crianças e adolescentes nas periferias das cidades e das regiões metropolitanas deste país. Foi possível mostrar a como surgiu nossa cidade, que o cordel é uma peça importante no imaginário da população, e que uma criança como a nossa pequena Maria Vitória é capaz de nos ensinar como é simples vivenciar o amor pela natureza, pela leitura pelas pessoas e pela família. Debater a importância de uma biblioteca aberta e sem travas para que o leitor sinta o prazer de estar presente em um espaço nem sempre livre para os amantes do livro ou que apenas querem aprender a gostar da leitura. Falar sobre temas que a sociedade brasileira tem evitado debater com a seriedade necessária como o aborto, a prostituição infantil, a situação da mulher e sobre a família.

Registros de Imagens.

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